Diplomatas dos EUA têm 48 horas para deixar Venezuela, diz chanceler
Em pronunciamento, Jaua disse que o governo venezuelano teve acesso a cópias de e-mails trocados entre os funcionários americanos e estudantes, o que comprova que os Estados Unidos estão “financiando os grupos violentos que atuam nas manifestações”. O chanceler apresentou dados sobre um suposto plano da embaixada norte-americana, organizado e promovido para financiar os atos violentos e desencadear uma crise política no país. Ele mostrou três documentos do Wikileaks, pertencentes ao serviço de inteligência dos Estados Unidos, com data anterior aos atos desta semana, datados de 2010 e 2011.
Saiba Mais
Venezuela expulsará três diplomatas dos Estados Unidos
“Os arquivos mostram que estudantes expressaram interesse em receber apoio dos Estados Unidos e que representantes do governo americano viajaram a Mérida [Oeste do país] para entrar em contato com líderes estudantis em 2010. Em 2011, outro documento mostra a intenção de Washington de aumentar em US$ 30 milhões o financiamento de processos desestabilizadores, devido à proximidade das eleições”, detalhou.
Segundo Jaua, um outro arquivo mostra interesse dos Estados Unidos em apoiar a “sociedade civil na defesa da democracia”.
Além de declarar a expulsão dos diplomatas, conforme anúncio de Maduro na noite de ontem (16), Jaua voltou a criticar os Estados Unidos por recomendarem ao governo venezuelano negociar com os setores opositores.”Ninguém pode dizer ao governo da Venezuela que mude sua forma de atuar contra os grupos violentos”, enfatizou.
Em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente Nicolás Maduro disse ter recebido um relatório do embaixador venezuelano na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, Roy Chaderton, com informações sobre uma série de exigências que o governo Barack Obama teria feito a Venezuela, como negociar com a oposição e libertar os detidos nos protestos.
O governo dos Estados Unidos qualificou as declarações da Venezuela como “falsas e sem fundamento” e disse que não está colaborando com os protestos no país. “Apoiamos a defesa dos direitos humanos e as liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de expressão e direito de reunião – na Venezuela e em todos os países do mundo. Mas sempre dissemos que corresponde ao povo venezuelano decidir sobre o futuro político da Venezuela”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.