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Duzentos mil brasileiros têm gene da anemia falciforme

Vinte países usam a data de hoje, 19 de junho, para alertar as pessoas sobre uma das doenças genéticas de maior incidência no mundo: a doença falciforme – uma anemia grave que, embora seja mais comum na população negra, pode ocorrer em qualquer etnia, principalmente em países onde houve muita miscigenação, como o Brasil.

O estado que mais concentra casos é a Bahia, com uma média de 15% da população apresentando o traço falciforme – tem apenas um gene da doença, mas não desenvolve os sintomas a ela relacionados. É também esse estado o que apresenta maior índice da doença: 1 em cada 650 nascidos tem a enfermidade.

No Rio de Janeiro, a proporção é de 1 para 1,2 mil nascidos; e em Pernambuco, de 1 para cada 1,3 mil. Já em São Paulo, a proporção é de 1 para cada 4 mil nascimentos. Dados do Ministério da Saúde indicam que 200 mil pessoas apresentam o traço falciforme em todo o país. Com os recém-nascidos, o número aumenta em 3,5 mil a cada ano.

A doença começa a se manifestar a partir dos três meses de idade, mas pode ser diagnosticada em bebês já na primeira semana de vida, por meio da triagem neonatal conhecida como teste do pezinho. Apresenta sintomas bastante variados que vão desde dores nos ossos e na barriga, infecções e olhos amarelados, até problemas cardíacos, renais e no sistema nervoso central.

Por ser hereditária, o paciente precisa receber um gene doente do pai e outro da mãe, para que a doença se manifeste. A pessoa que tem apenas um gene doente se mantém saudável. Casais que têm o traço falciforme têm 25% de chance de ter um filho com a doença.

O Dia Mundial da Doença Falciforme foi instituído em 2008 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, e foi criado com o objetivo de educar e sensibilizar a população sobre a doença. Este ano, o Ministério da Saúde pretende lançar uma campanha para comemorar os 100 anos do primeiro diagnóstico de doença no Brasil.

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