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É tudo culpa da Nina!

Avenida Brasil, o folhetim do horário nobre global do segundo semestre de 2012 trazia como vilã a terrível e ardilosa Carminha, personagem que Adriana Esteves defendeu com soberana maestria. Não foi à toa que Adriana conquistou o troféu de melhor atriz daquele ano.

Todos os reveses sofridos pela personagem estavam resumidos no bordão que dá o título deste artigo: “É tudo culpa da Nina!”. Na realidade, a culpa das mazelas era da própria Carminha.

De lá para cá o cenário do Brasil não mais se resumiu àquela Avenida, porta de entrada do Rio de Janeiro. Outras avenidas passaram a fazer parte do contexto: Avenidas Presidente Vargas, no Rio de Janeiro; Avenida Paulista e Brigadeiro Luiz Antônio, em São Paulo; Prefeitura Municipal, Avenida Borges de Medeiros e Cidade Baixa, em Porto Alegre, com as manifestações, inicialmente pacíficas culminando, no entanto, com atos de extremo vandalismo depredação de prédios públicos, agências bancárias, saques de estabelecimentos comerciais.

A razão aparente teria sido a inconformidade com o o reajuste das passagens dos ônibus. Este fora o pretexto para instigar a massa de manobra, travestida na figura dos mascarados Black Blocs, subsidiada (e bem subsidiada) por facções, ainda desconhecidas pelas autoridades policiais, que desejam a desestabilização do regime democrático de direito.

O mote, mesmo – e tardio! –, é a revolta contra os gastos superfaturados para a realização da Copa do Mundo. Evento este, recentemente confirmado na imprensa em declarações do próprio secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que o Governo Federal, há exato SETE ANOS, rastejando e pedindo penico àquela entidade internacional, suplicou fosse realizado no Brasil.

Ah, Brasil, meu mulato inzoneiro… País em que a Saúde se encontra em estado terminal, a Segurança Pública armada com arcos e flechas, a Educação com professores diariamente desmoralizados por pais e alunos, escolas sucateadas onde as aulas são realizadas a céu aberto porque o telhado jaz em ruínas. País em que o Governo doou duas refinarias para a Bolívia; emprestou 1,2 bilhões de dólares para Hugo Chávez; enviou bilhões de dólares para Cuba, Haiti e outros, quando aqui há crianças morrendo de fome e anemia; emprestou 10,6 bilhões de Reais a Eike Batista; Governo que autorizou gastos de 4,8 bilhões na transposição do Rio São Francisco onde hoje está tudo abandonado; Governo que possui 39 ministérios e uma Petrobrás raspada em seus cofres pelos abutres presidenciais. E, para não dizer que não falei na Copa, da soma de R$ 8,58 bilhões em estádios, R$ 3,22 bilhões poderiam ter sido economizados se as arenas – Por que? Para quê? – Dunas (Natal), Pantanal (Cuiabá), Amazonas (Manaus) e Mané Garrincha (Brasília), total falta de expressividade de suas praças no cenário nacional do futebol brasileiro, não fossem erguidas. Quem pagará a conta de mais de R$ 30 bilhões de Reais para que o abominável “Padrão Fifa” seja atendido?

Como diria a Carminha, é tudo culpa da Nina?

Não! Não é culpa de “Nina”! É dele, o ex-presidente Lula da Silva, que há muito anda quietinho, mudo como moleque pagando castigo atrás da porta, nada explicando, nada dizendo, nada sabendo, como jurou eternamente nada saber do mensalão e da gang palaciana.

E se os 140 milhões de “Carminhas” portadores de Título Eleitoral não se acordarem até outubro, ah! Continuarão tal avestruz: com a cabeça enterrada na areia, afirmando: É tudo culpa da Nina!

Quando, na realidade, a culpa está toda com esses 140 milhões de “Carminhas”.

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