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Educação e Espiritismo

“Educai aos meninos e não será necessário castigar aos homens.”
Pitágoras

A célebre frase de Pitágoras toca muito diretamente a todos aqueles cuja missão seja de alguma forma educar. E todos nós a temos.

A educação, sob um ponto de vista cósmico, é o produto fatal da inteligência.

O ser inteligente, lançado do Divino, já nasce aprendendo.

Desde suas formas mais primevas, das quais temos pouca ou nenhuma capacidade de imaginar, o princípio vital nascido de Deus obra sua rústica constituição nas contingências de um universo sempre em ebulição.

O ser hominal começa a colher os frutos de uma longa educação de si mesmo cujos rumos eram, no princípio, regidos mais por forças externas do que internas.

Diz-nos a Espiritualidade Maior que o Cristo governa a Terra e outros tantos mundos, estando incluída aí a própria formação material destes.

Tentemos imaginar um espírito como o Mestre Jesus, dirigindo e participando da formação desta nossa preciosa morada que, segundo relatado numa das cinco obras fundamentais do Espiritismo, A Gênese, foi extraída em sua forma inicial do Astro Rei do nosso sistema, a partir de suas circunvoluções em estado muito diverso do que é hoje.

Esforcemo-nos para aquilatar o tempo necessário para que o gigantesco corpo celeste atingisse posição e constituição adequadas para o início da vida biológica.

O esforço certamente nos estafará, e ficaremos com um sentimento de total impotência.

E depois de tudo isso, Ele lançou-se em missão redentora, aprisionado em veste carnal, para acenar em nosso nível o rumo da ventura.

“2. Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens.” – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo I.

Lancemos mão de nossa inteligência, escalando esta obra para outra tão bela que está ao nosso alcance: construir uma escola. A Humanidade as constrói, há milênios.

Uma vez construída, seja em imponentes prédios ou modestas reuniões ao ar livre, a verdadeira escola, que existe por seus mestres, aprendizes, seguidores e acervo de conhecimento, é sempre ponto de passagem.

Para o aluno, um período da vida, para um mestre, toda ela.

Mas a vida terrena per si é também a escola em cujo tempo de existência o ser estagia durante a eternidade. E a escola destas vidas, a Terra, foi feita pelo Mestre, que um dia foi aluno.

Busquemos enxergar esta extraordinária analogia do caminho da nossa educação:

Deus, o cosmos, O Cristo, a Terra, o Homem, a família, o ser.

No momento em que buscamos a compreensão da vida, o caminho inverso passa a ser percebido e entendido, religando-nos à Origem.

Nosso papel de educador começa por nós mesmos, cuja premência das imperfeições carreia-nos ao entendimento.

Nesse esforço de educar-se, está o de educar aos que comungam conosco da romagem terrena, no papel de pais, irmãos, amigos, líderes, médicos do corpo e da mente, colegas, cidadãos.

Que outra forma de atingirmos nossa única fatalidade, a perfeição, que não seja pela educação?

Que outra forma de educação senão o entendimento das Leis Divinas, dos mecanismos do Universo, de si mesmo?

Que outra forma de entendimento das Leis Divinas e dos mecanismos do Universo senão pelo devir psicológico em que o ser se identifica e se posiciona como parte integrante de um todo, e que demanda esforço?

“A consciência do vir-a-ser proporciona uma mente aberta, com capacidade para considerar com clareza e saúde todos os fatos da existência, comportando-se de maneira tranquila, com possibilidades de conquistar o infinito.” – Joanna de Ângelis – O Homem Integral.

O Mestre Nazareno lançou, há dois mil anos, as fundações da sua terceira Revelação em seu programa educacional: o Espiritismo, a escola da Nova Era.

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