Educação no trânsito

Sempre tive muito orgulho da educação no trânsito em Osório. Aqui, como em muito poucas outras cidades, há respeito à faixa de segurança (ou faixa de pedestres). Tramandaí, onde trabalhei por vários anos, não tem a mesma sorte. Na faixa em frente à Caixa, por exemplo, na Avenida Fernandes Bastos, muitas vezes assisti acidentes, atropelamentos e um, infelizmente, com o falecimento do vovô que ousou confiar nas listras brancas: um carro parou para que ele atravessasse a via e um motoqueiro ultrapassou pela direita do veículo e o atropelou. Em Tramandaí também é revoltante as atitudes dos motoristas da Transcal, a empresa que comanda o transporte coletivo, que aceleram quando estão próximos a uma faixa de pedestres.

Mas Tramandaí fez a escolha de não educar para o trânsito. Participei de várias reuniões da ACIT, e qualquer sugestão de organizar ou para se pedir maior fiscalização no trânsito é tida como uma ameaça aos turistas. Gramado não pensa assim e é referência em turismo, com educação no trânsito e rigor na fiscalização.

Osório, até pouco tempo, ainda era exemplo de trânsito organizado. Infelizmente não é mais a mesma coisa, principalmente no que diz respeito aos limites de velocidade. Pobres moradores da Rodovia Santos Dumont. A completa falta de fiscalização e de educação, a imprudência e o total desrespeito com a vida, transformam a Rua Santos Dumont, em Osório, em uma via expressa. A ligação desta via com a Estrada do Mar contribui no processo de acelerar de forma enlouquecida, onde não são apenas os motoristas civis os imprudentes, mas também as viaturas da Brigada Militar, as ambulâncias, carros dos bombeiros, todos passam por lá numa correria desabalada.

A Rodovia Santos Dumont já está contabilizando algumas dezenas de acidentes e, dolorosamente, algumas vítimas fatais. E quantos mais irão chorar perdas até que alguém tome providências?

Gostaria muito que houvesse a sensibilização dos responsáveis pelas campanhas educativas na secretaria de obras de Osório. Quem sabe o meu amigo Lorenzato e sua equipe, reservem um tempo para focar nesta rua em especial. Basta ficar na esquina da Rua Pinheiro Machado com Santos Dumont, à noite, para perceber o que é loucura. Naquele local existe um rebaixamento na pista, o que faz com que os ‘speed racers’ batam com seus assoalhos no asfalto, provocando um barulho enorme que tira o sono dos moradores e que pode resultar em perda do controle da direção.

Outro detalhe lamentável, em se tratando de educação no trânsito, ou da falta dela, é o uso de vagas de idosos ou cadeirantes, ou ainda de farmácias, por parte de quem está com pressa e, na falta de paciência de procurar uma vaga adequada, acaba por se alojar em qualquer lugar, mesmo não sendo em vagas livres… E aí quem precisa chegar à farmácia, ou quem é portador de alguma deficiência ou é idoso, é desrespeitado, muitas vezes ofendido e isso pode ainda vir a transformar-se numa briga ou coisa pior.

No trânsito, como em várias outras situações do cotidiano da nossa vida em sociedade, é preciso haver respeito, educação, compreensão, paciência e tudo isso resume-se numa só palavra: civilidade.

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