El Niño trará verão chuvoso ao Estado

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Foto: Solange Brum

O evento El Niño observado este ano trará chuvas para este fim de primavera e início de verão no Rio Grande do Sul. A conclusão é do último boletim trimestral divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro).

O prognóstico para os próximos três meses é de precipitação acima do padrão, principalmente no norte, oeste e sudoeste do Estado. Apesar de a primavera no Rio Grande do Sul ter grandes amplitudes térmicas, com o aumento na precipitação, essa amplitude deverá ser menor em novembro, dezembro e janeiro.

O documento, além de apresentar as previsões de precipitação e temperatura para os próximos três meses, também relaciona uma série de orientações para os agricultores de diversas culturas adotarem no período. Todas as indicações são baseadas nos dados obtidos pelas instituições relacionadas à agricultura e meteorologia no Estado, como a Fepagro, a Emater/RS-Ascar e o Irga.

Orientações específicas

Arroz

  • Intensificar o sistema de drenagem das áreas de lavoura, desobstruindo drenos, bueiros e vertedouros de barragens;
  • Evitar semeaduras em áreas sujeitas à inundação;
  • Efetuar a semeadura dentro do período recomendado pelo Zoneamento Agroclimático, semeando primeiro as cultivares de ciclo médio seguido das de ciclo precoce e muito precoce;
  • Para os produtores que ainda não semearam suas lavouras, e tendo em vista a ocorrência do evento El Niño, com alta probabilidade de chuvas acima do normal para o trimestre novembro-dezembro-janeiro, atentar para a drenagem após o estabelecimento da lavoura a fim de evitar prejuízos no estabelecimento inicial;
  • Evitar o uso de cultivares de ciclo tardio e, nas semeaduras após meados de novembro, dar preferência para cultivares de ciclo precoce;
  • Iniciar a irrigação definitiva quando as plantas estiverem no estádio de três a quatro folhas, fazendo a aplicação da adubação nitrogenada em cobertura, preferencialmente em solo seco, antes da entrada de água;
  • Atentar para a possível ocorrência de baixa luminosidade, que reduz a resposta da cultura à adubação nitrogenada;
  • Ter cuidados especiais com o possível aumento na incidência de doenças, devido às prováveis condições meteorológicas favoráveis a sua ocorrência;
  • Racionalizar o uso da água disponível através de técnicas de manejo adequadas, tais como movimentação mínima da água nos quadros, manutenção de baixas lâminas de água e a prévia sistematização de áreas.

Feijão

  • Fazer adubação em cobertura preferencialmente antes da ocorrência de chuvas ou quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada;
  • Tão logo atingida à maturação proceder à colheita e trilha o mais breve possível;
  • Preparar a semeadura da safrinha de forma escalonada.

Milho

  • Escalonar a semeadura para diminuir a possibilidade de coincidir o período crítico da cultura (do inicio da floração até grão leitoso) com as épocas de maior demanda evaporativa;
  • Fazer adubação em cobertura preferencialmente antes da ocorrência de chuvas ou quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada;
  • Para semeaduras em áreas de terras baixas utilizar cultivares precoces e cuidados especiais com a drenagem, considerando a possibilidade de ocorrência de chuvas acima da normal.

Soja

  • Em semeaduras no mês de dezembro, utilizar cultivares de ciclo médio e tardio;
  • Para semeaduras em áreas de terras baixas utilizar cultivares precoces e semeaduras até 10 de dezembro no máximo, com cuidados especiais em relação a drenagem, considerando a possibilidade de ocorrência de chuvas acima da normal.

Hortaliças

  • Considerando a possibilidade de chuvas acima da média, ter cuidado com excesso de umidade do solo;
  • Quando necessário irrigar, proceder pela manhã, e dar preferência à irrigação por gotejamento;
  • Recomenda-se a produção de mudas em ambiente protegido, no sentido de garantir sua qualidade;
  • Em ambientes protegidos (túneis e estufas), proceder à abertura o mais cedo possível. Realizar o fechamento cerca de uma hora antes do pôr do sol;
  • Dar ênfase ao monitoramento de doenças, principalmente daquelas favorecidas pelo molhamento da parte aérea ou excesso de umidade no ar e/ou no solo.

Fruticultura

  • Promover o manejo da vegetação em pomares com coberturas verdes, de forma que propicie a cobertura morta na projeção da copa das frutíferas para proteger o solo;
  • Usar o raleio de frutas como prática indispensável;
  • Quando necessário irrigar, proceder pela manhã, e dar preferência à irrigação por gotejamento;
  • Dar ênfase ao monitoramento de doenças, principalmente daquelas favorecidas pelo molhamento da parte aérea ou excesso de umidade no ar e/ou no solo;
  • Não havendo molhamento foliar em cultivos sob cobertura plástica, evitar a aplicação de defensivos agrícolas.

Forrageiras

  • No manejo de plantas forrageiras, promover a manutenção da cobertura de solo e de boa disponibilidade de forragem, através de cargas animais adequada;
  • Escalonar os períodos de plantio/semeadura das forragens cultivadas no verão utilizando mudas/sementes de alto vigor;
  • Reduzir a carga animal na pastagem após a ocorrência de grande volume de chuva, de forma a evitar danos à pastagem pelo excesso de pisoteio.

O Boletim Copaaergs completo para o próximo trimestre está disponível neste link.

Elaine Pinto

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