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Em Brasília, Alceu Moreira defende ampliação da área para plantio da cana-de-açúcar

O Presidente da Alergs, deputado Alceu Moreira (PMDB) acompanhou, na tarde desta quarta-feira (6), em Brasília, reunião com deputados federais e representantes do ministério da Agricultura e secretaria da Agricultura do RS, para definir o tamanho da área que será autorizada para plantio de cana-de-açúcar no Estado, o chamado zoneamento agroclimático. A decisão de incluir o Estado no zoneamento para produção de cana, a partir da redução das exigências como o grau da temperatura da região, foi garantida pelo Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ao Secretário da Agricultura do RS, João Carlos Machado, na terça-feira (5). Amanhã (7), os técnicos do ministério darão a resposta sobre o mapa da área que poderá ser disponibilizada.
 
“Viemos aqui fazer uma discussão sobre a extensão da área que qualificaremos para a produção”, explica Moreira. “Se a área a ser autorizada for suficiente para garantir nossa autonomia na produção de álcool, estamos satisfeitos e vamos plantá-la, caso contrário iremos trazer um grupo técnico para cá para debater estas limitações técnicas. O fato é que temos condições de produzir e não podemos esperar muito tempo, o período de plantio começa em setembro e termina em março”.
 
Segundo o Presidente da Alergs, hoje, o Rio Grande do Sul importa 90% do álcool que consome dos estados do Paraná e de São Paulo. “Queremos algo que seja compatível com nossa necessidade e vamos provar cientificamente que existem áreas viáveis economicamente para o plantio, entre 350 e 500 mil hectares”.
 
A reunião foi coordenada pelo secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Vicente Bertone, e contou com a presença dos deputados Eliseu Padilha (PMDB/RS) e Luis Carlos Heinze (PP/RS), e do Secretário de Agricultura do RS, João Carlos Machado.
 
Possibilidades
Segundo Alencar Rugeri, Assistente Técnico Estadual de Bioenergia da Emater, existe zoneamento climático para o plantio de cana-de-açúcar no Estado, porém, isto não dá prerrogativas para o zoneamento agroclimático, que é dado pelo ministério da Agricultura e possibilita o acesso ao financiamento e recursos para a produção industrial. “Se alguém quiser plantar cana, ninguém vai impedir, mas são muitas as exigências para se conseguir recursos oficiais, por exemplo. Isto só pode ser alcançado a partir do zoneamento agroclimático”.
 
Rugeri explica que o Rio Grande do Sul planta cana-de-açúcar desde 1725, em dezenas de milhares de pequenas propriedades voltadas ao consumo primário, de forma artesanal, plantados sem nenhuma tecnologia, produzindo cachaça, melado e outros produtos, além da alimentação animal. Este plantio se espalha em todas as regiões do estado. “Precisamos ter oportunidade de produzir de forma profissional”, afirma o técnico da Emater. “Ninguém está querendo inventar roda, é preciso buscar que o RS abra as portas para o zoneamento, temos que estar dentro do processo, o tamanho disso vamos ver depois”.
 
A produção artesanal alcança em torno de 25 mil hectares, destes apenas 2,4 mil hectares são destinados à produção de álcool, localizados no litoral norte, vale do Salto do Jacuí, costa do Rio Uruguai (Erechim e Porto Xavier principalmente) e áreas da região central, como Jaguari. “Temos potencial para uma área em torno de 300 mil hectares, para atender a demanda que temos na produçção de álcool”, explica Rugeri. E finaliza: “Não vai haver um mar de cana plantada, isto é apenas uma pequena fatia da área agricultável, menos de 10% da área plantada de soja”.

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