A MetSul Meteorologia emitiu um alerta preocupante para a região Sul do estado, indicando que a enchente, desencadeada pela cheia da Lagoa dos Patos, está se intensificando e alcançará proporções graves nos próximos dias.
O aumento significativo do nível da água já é visível e a situação deve se agravar ao longo desta semana e na próxima.
A situação é especialmente preocupante devido à quantidade colossal de água que está descendo dos cerca de 300 quilômetros entre o Guaíba e a parte Sul da Lagoa dos Patos, tecnicamente conhecida como Laguna dos Patos.
Todos os rios que desaguam na Lagoa registraram níveis de enchente recordes ou históricos.
O rio Jacuí, o maior deles, atingiu um volume extremamente alto, o que explica a catástrofe em seu delta na Grande Porto Alegre.
A usina de Dona Francisca chegou à capacidade máxima do vertedouro, com vazões de 10.600 m³/s, no final de abril.
Essa vazão recorde equivale à cheia decamilenar da barragem, o que significa que é algo que poderia ocorrer apenas uma vez a cada dez mil anos. Portanto, a quantidade de água que avança pela Lagoa dos Patos é extraordinária e nunca antes vista.
A MetSul alerta que a água atingirá locais em Pelotas que nunca foram afetados antes, inclusive o Centro da cidade.
Grandes áreas da quarta cidade mais populosa do estado e a maior da Metade Sul gaúcha ficarão debaixo d’água. Em alguns locais, a inundação será severa a extrema.
O nível da Lagoa em Pelotas estava estável em 2,10 metros no meio da manhã de hoje, mas espera-se um aumento significativo.
A prefeitura divulgou um mapa de áreas de risco de inundação que cobre uma extensa área da cidade, e é possível que este mapa seja ampliado para outras regiões à medida que a situação se agrava.
Em Rio Grande, outra cidade que deve ser severamente afetada, a situação também é preocupante.
A maior quantidade de água vinda do Norte em direção ao canal de desague no Oceano Atlântico deve causar inundação significativa em vários pontos da cidade.
É provável que trechos de rodovias na região sejam afetados com bloqueios parciais ou totais. Com o grande volume de água, espera-se que o tamanho das lagoas se expanda, inundando lavouras ainda não colhidas e afetando o gado.
A situação pode ser tão extraordinária que as lagoas Mirim e dos Patos podem se unir pela inundação na região e no canal São Gonçalo, formando uma única e grande massa d’água.
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