Estamos fora da Copa do Mundo!
Mas poxa vida, chegamos até as quartas de final! Grande coisa, não é verdade? Com certeza pra nós não é nada! E, de fato, não é nada mesmo. Justo nós, que temos uma vocação nata para coisa. Justo nós, que sabemos tudo e mais um pouco de futebol. Justo nós, que tínhamos craques consagradíssimos e reconhecidos em todo mundo!
Pois é, mas, diferente de antigamente, hoje temos muito mais coisa a nos orgulhar, especialmente em termos de economia, crescimento e desenvolvimento. Não vou aqui enumerar os vários pontos de nossa competência como profissionais e como cidadãos, pois o objetivo dessa coluna é comentar o desempenho da bolsa na semana.
Bom, a gente viu que a seleção começou bem, tocando bem a bola e correndo atrás, tentando fazer o seu futebol, e conseguiu: logo veio o primeiro gol. Com classe e categoria, Robinho, cara a cara com o goleiro, tocou certinho e correu para o abraço. Da mesma forma a agência de risco Fitch viu que nós brasileiros temos “jogado bonito” no plano econômico e resolveu revisar a perspectiva da nota de risco do Brasil, criando uma expectativa de mais uma elevação. Ou seja, além de termos o selo de investment grade eles acreditam que o desempenho econômico melhor que o esperado de nossa economia nos torne um porto ainda mais confiável para investimentos.
Pena que isso, por si só, não foi suficiente para animar a Bolsa esta semana. No meio do caminho tinha uma bola cruzada para a área e uma trapalhada do grande goleiro Julio Cesar e do intempestivo Felipe Melo. Uma lástima! Da mesma forma, essa semana o que pesou foram números frustrantes da grande economia chinesa e da intempestiva economia americana. Na China, a expectativa por uma possível desaceleração da economia local derrubou os mercados e, nos EUA, dados fracos de vendas de imóveis, de emprego e de confiança do consumidor acabaram prejudicando o desempenho da bolsa.
O que acontece é que a China vem sofrendo com pressões inflacionárias e o governo adotou algumas medidas para conter o superaquecimento do país, de forma a reduzir a pressão nos preços. Diante disso, alguns indicadores econômicos de atividade e de perspectivas de crescimento já demonstram arrefecimento, causando reações exageradas dos investidores e, com isso, a bolsa caiu forte na terça e quarta-feira. Foi tipo o que o Felipe Melo fez pisando no jogador holandês e sendo expulso. Algo exagerado, não pensado e totalmente descabido. Da mesma forma que essas quedas fortes da semana.
Tivemos ainda notícias da Europa atuando da maneira que estamos acostumados: empurrando as quedas. A agência de classificação de risco Moody's colocou em vigilância a nota da dívida espanhola, ante a possibilidade de rebaixamento, pela piora das perspectivas de crescimento econômico e a dificuldade de Madri em alcançar seus objetivos fiscais. Foi algo tipo o segundo gol da Holanda, dando um tiro de misericórdia no Brasil.
Mas vamos falar a verdade. Estávamos muito mais confiantes no nosso passado de sucesso do que no potencial dessa seleção. Encontramos uma laranja dura pela frente e acabamos não conseguindo tirar suco nenhum dela e, com isso, o canarinho voou…voou de volta para casa mais cedo que o normal. Agora, só daqui a 4 anos, em casa, onde quem sabe faremos bonito.
Já a bolsa nos dá oportunidades de alegrias e bons rendimentos todas as semanas. Nesta, caiu, é verdade, mas quem sabe na semana que vem ela possa subir? Lembrando que quando os outros têm receio aí é que temos que ter coragem de investir, pois são nestes momentos que surgem as melhores oportunidades. O importante é buscarmos conhecimento, para investir com consciência em boas empresas.