Estudo do Governo aponta que RS pode erradicar a pobreza até 2022
O levantamento mostra que três fatores têm determinado a redução da pobreza no Brasil desde a primeira metade da década de 90: o crescimento constante do PIB per capita, o aumento da escolaridade média da população e a redução da taxa de fecundidade no país. Nos cinco anos anteriores à crise, entre 2003 e 2008, a pobreza caiu oito pontos percentuais no Estado. O estudo elaborado pela FEE considerou, para fazer o cruzamento dos dados, a média nacional para a pobreza, que é de meio salário mínimo per capita (R$ 255).
Para o secretário Fernando Schüler, o estudo oferece um novo insight ao colocar claramente uma visão objetiva acerca dos fatores que geram a pobreza. “Também oferece ferramentas factíveis para levar à erradicação da pobreza extrema em 12 anos.” Já o presidente da FEE, Adelar Fochezatto, ressaltou que o índice de pobres no Estado é praticamente a metade do índice nacional. “Embora sejam menos pessoas, as políticas públicas para o enfrentamento da pobreza precisam ser mais efetivas para que se note o resultado.”
O crescimento médio da renda familiar per capita entre os 10% mais pobres e os 10% mais ricos demonstra a redução da desigualdade social no Estado. Entre 2001 e 2008, os mais pobres apresentaram um desempenho excepcional, dobrando a taxa de crescimento no período em relação à média do Estado.
O estudo também mostra que a proporção de pobres no Rio Grande do Sul caiu de 33,6%, em 1993, para 17,2% em 2008, ou seja, de 3,05 milhões de pessoas para 1,82 milhão. No decorrer de 15 anos, o indicador aponta uma redução de 16,4% na proporção de pobres. Em termos percentuais, durante o período, houve uma redução de 6,6% entre os extremamente pobres, o que corresponde a um total de 401 mil pessoas que saíram da condição de pobreza extrema no Estado.
A proporção de pobres e a de extremamente pobres vem apresentando uma trajetória declinante nos últimos anos. É uma queda de 11 pontos percentuais entre 2001 e 2008, fruto do crescimento da renda real das famílias, da escolarização e da redução da taxa de fecundidade. Se essa tendência de queda se mantiver, o Rio Grande do Sul poderia alcançar, em 2030, um indicador da proporção de pobres de apenas 4% de sua população. Se todos os pobres tivessem oito anos de escolaridade e estivessem trabalhando, em 2022 estaríamos com um percentual de pobres em torno de 3,5%.
Se o número de filhos, entre os pobres, reduzir de 2,1 para 1,5, em 2022, o Rio Grande do Sul apresentará uma taxa de 5,7% de pobres. Combinando esses três fatores, a proporção de pobres no Estado seria de apenas 2,9%.