Deu uma ‘gaitada’ com o pedido para ‘juntar os trapos’. É verdade que faltava em muito o ‘faz-me rir’, mas tinha amor a ‘dar com pau’ e não era nem ‘panca’ de deixar passar a oportunidade, mesmo que fosse com um ‘pé rachado’. Só não deixaria nunca o moço ‘soltar as patas’, porque senão seria a hora de ‘quebrar os pratos’ e ‘meter a viola no saco’, mesmo que a sociedade olhasse de ‘revesgueio’. Na verdade, estava ‘a ponto de bala’ pro casório e não ia ‘errar o pulo’.
As expressões assinaladas acima fazem parte do livro ‘Falares Patrulhenses’, de Eloisa Maria Costa, com lançamento a Feira do Livro de Santo Antônio da Patrulha, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Será a partir das 15h, no dia 16 de agosto, pela editora Pragmatha, de Porto Alegre.
Segundo a autora, a inspiração para o livro veio do cotidiano. “Santo Antônio da Patrulha, como tantos outros municípios, é diverso em sua formação étnica, linguística e cultural, e assim a mistura de raças, culturas e costumes originou um linguajar peculiar: palavras, expressões, ditos, versos, frases, crendices, lendas, tudo a revelar o nosso modo de falar, sem ser definitivo, que vem sendo transmitido de geração para geração.”
Eloisa atenta para o fato de que muitos dos vocábulos não são exclusividade de Santo Antônio, sendo encontrados em outras partes do Brasil e inclusive nos Açores e em Portugal.
Sandra Veroneze
