Fenômenos climáticos afetam safra de grãos no Rio Grande do Sul
No trigo – cultura que se encontra em fase crítica, principalmente em relação aos fortes ventos e as geadas -, as perdas foram pontuais. Muitas lavouras ficaram acamadas em função da chuva e dos ventos, o que poderá comprometer o rendimento até então esperado, sendo que alguns danos são irreversíveis e os produtores estão acionando o Proagro. Entretanto, os técnicos da Emater/RS-Ascar só terão condições de avaliar as perdas (quantitativas e/ou qualitativas) nos próximos dias, em função do tipo de evento climático ocorrido (granizo, vento e frio), pois as consequências manifestam-se após um período regular entre cinco e sete dias.
Além disso, existe a necessidade de um prazo mínimo para uma avaliação mais acurada, uma vez que, dependendo do estágio de desenvolvimento em que se encontra a cultura do trigo, há a chance de recuperação da área afetada. Conforme informações preliminares, os indicativos são de que as eventuais perdas não terão impacto muito grande sobre as estimativas de produção divulgadas até o momento.
As lavouras de canola, que apresentavam boa sanidade e bom desenvolvimento, também foram afetadas pelo vendaval e pelo granizo em algumas áreas. Os danos foram relativos e pontuais, podendo comprometer o rendimento esperado nessas áreas.
O plantio do milho, mesmo com o tempo úmido verificado em determinados momentos, avançou dez pontos percentuais em relação à semana passada e alcança 45% do total, ficando na média dos últimos anos. Apesar de alguns estragos provocados pelos fortes ventos e pelo granizo registrados no período anterior, a maioria das lavouras encontra-se em bom estado, mantendo as expectativas de bom rendimento. Nas áreas mais adiantadas, os produtores intensificam a aplicação de adubos nitrogenados, visando a padronização das lavouras e à manutenção do potencial produtivo.
A semeadura do feijão da primeira safra está praticamente concluída na Metade Norte do Estado. Já no Centro, na Serra e no Sul, as lavouras ainda estão em cultivo. Nessa semana, a fase de plantio chegou aos 34% no Estado, e as de germinação e desenvolvimento vegetativo, 31%. Há registro de alguns danos pontuais provocado pelo clima da semana.
As chuvas amenizaram as preocupações dos produtores de arroz, uma vez que permitiram o aumento das águas armazenadas em açudes e barragens e a elevação das vazões de rios e arroios. Entretanto, a melhora não foi generalizada, persistindo, em alguns casos, deficiências. Em Dom Pedrito, por exemplo, a quantidade de água acumulada é suficiente para irrigar 40% da área projetada para o município. Em Barra do Quaraí e Uruguaiana, a capacidade é para 60% da área.
Mesmo com esses pequenos percalços, os produtores de arroz já iniciaram a semeadura da nova safra que, quando o tempo permite, ocorre de forma acelerada, alcançando 6% do total estimado para este ano, contra uma média de 4% nos anos anteriores.