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Feriado de 21 abril – Tiradentes – Erner Machado

Me lembro do meu tempo de primeira série do Plácido de Castro em Rosário do Sul, que neste dia, mesmo sendo feriado, nós, os alunos, éramos convocados para comparecermos no Auditório do Ginásio e lá, em cerimônia de alto valor cívico ficarmos em posição de sentido frente a Bandeira Brasileira e cantarmos, todos, o Hino Nacional, o Hino a Bandeira e o Hino do Rio Grande do Sul.

Posteriormente eram apresentados, por alunos professores, trabalhos literários sobre Tiradentes e sobre sua influência na construção da nossa cultura cívica e do valor que, como povo, destinamos a liberdade, no seu mais amplo sentido.

Era uma festa que pelo conteúdo patriótico e de brasilidade só perdia para a Grande Festa da Independência.
Com que tamanho, com que magnitude, se apresentava, para nós, jovens de 12 ou 13 anos a figura de Tiradentes!

E, esta figura, enorme, de precursor de nossa Liberdade permanece em nossas mentes, em nossas almas e em nossos corações, independente de hoje termos 70, 75 ou 80 anos.

Mas, permanecendo, em nossas mentes, em nossas almas e em nossos corações nos obriga a nos perguntarmos se o ideal de Tiradentes que se materializou pela ação de dom Pedro I, nos idos de setembro de 1822, conseguiram nos libertar, efetivamente?
É resposta… é única, cruel e definitiva.

Não! Não estamos libertos.
Independente de terem enforcado Tiradentes e de dom Pedro I, ter dado o Grito do Ipiranga e nos libertado, politicamente, de Portugal, nós continuamos, ainda, escravos em pleno século 21.

Somos escravos ,secularmente, de uma classe política elitista, maldita e dominante que, antes de a elegermos se mostra, solidária, honesta, incorruptível e comprometida com nosso povo, com nossas causas e logo, após assumir os cargos para os quais a elegemos, se mostra igual em atitudes e atos aos atores aos quais, há pouco tempo, combatia.

É necessário que se explique que o termo elitista define aquele político que por natureza o é e aquele que, mesmo não o sendo, na origem, se torna elitista em razão dos privilégios, dos benefícios e das oportunidades que o mandato lhe concede.
E assim através dos séculos não fomos libertos das prisões miséria material que atinge milhões de brasileiros.

De igual sorte somos escravos da ignorância o que é demonstrada por milhões de brasileiros, crianças jovens e adultos que estão presos nas garras do analfabetismo clássico e por milhares de jovens que saindo das universidades, podem ser considerados, como analfabetos funcionais.
Que dizermos então neste 21 de abril, já que não temos mais 12 ou 13 anos e não estudamos no Plácido de Castro em Rosário do Sul.
Na há a dizer.

Há, sim, que ter esperanças.

Esperanças de que na linha do tempo surjam famílias singulares que possam formar homens e mulheres, singulares, com ideais e virtudes parecidos com os de um Tiradentes e que possam mercê de seus trabalhos, de suas virtudes e de suas qualidades ocuparem pelo voto direto os poderes Legislativos, Judiciais e Executivos dos municípios, dos estados, e da Nação e, de mãos dadas construírem a liberdade e a grandiosidade que o povo deste pais maravilhoso é titular e que merece ,por justiça, por direito e por legitimidade.

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