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Fogueiras da vaidade

Dona Kiola, Dona Leda e Dona Nayde foram, subitamente, interrompidas em seu descanso que, até então, lhes parecera eterno, ante o furor da inveja e dos ciúmes, da incontida ira e do olhar tresloucado, e da abalada vaidade de cada qual de seus rebentos.

Ora, quem são essas senhoras, Kiola Ferreira de Araújo Costa, Leda Collor de Mello e Nayde Cardoso que tiveram invadidos o anonimato e o silêncio de seus túmulos para, após, correrem o risco de ser expostas em praças públicas como matriarcas exemplares(?), perpetuadas no bronze, ou mesmo no ferro bruto de uma estátua? São elas as infelizes mães do ganancioso e sedento de poder José Sarney, do destrambelhado caçador em cuecas de marajás, Fernando Afonso, e do poliglota megalômano, Fernando Henrique.

Esses, ao passearem pela encantadora Avenida da Boa Viagem, em Recife, tiveram os rompantes que os identificam em seus perfis, ao se depararem, no Parque Dona Lindú e do Memorial do Retirante, com a escultura de Dona Lindú  – por sua vez, a mãe do Lula da Silva – e seus oito barrigudinhos.

O Parque situa-se num terreno cedido pelo Governo Federal à prefeitura do Recife na praia de Boa Viagem, na região de Setúbal, localizado entre as Avenidas Boa Viagem e Visconde de Jequitinhonha. O projeto, do arquiteto Oscar Niemeyer (a escultura é da autoria do artista pernambucano Abelardo da Hora), recebeu um investimentos na ordem de R$ 30 milhões do – que novidade! – Governo Federal e construído numa área de 27.166,68 m², à beira-mar da praia de Boa Viagem.

Antes que o leitor mais atento me chame à atenção pelo esquecimento dos nomes de Itamar Franco e de Dilma Roussef ao embroglio, afirmo, com todas as letras: para ambos o desempenho do cargo de Presidente da República esteve e está acima de qualquer desprezível vaidade.

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