França aguarda navio com restos mortais de vítimas do voo 447
No acidente, morreram 228 pessoas – 26 alemães, a terceira nacionalidade em número de vítimas. A bordo do avião havia 72 franceses e 59 brasileiros, além de passageiros de mais 30 países.
Ontem (15), porém, a reunião em Paris entre as autoridades francesas e os parentes das vítimas acabou sem acordo sobre a identificação e restituição dos corpos. As famílias brasileiras querem que os corpos sejam identificados e entregues aos parentes.
O presidente da Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447 no Brasil, Nelson Marinho, representa um grupo que pensa de maneira diferente dos alemães e de alguns franceses. Para os europeus, o ideal é manter os corpos onde estão.
Outra divergência também pode ocorrer em relação ao local do sepultamento. Segundo Marinho, os representantes das famílias francesas defendem a ideia de um monumento internacional, onde todos os corpos resgatados em maio passado e no início deste mês seriam enterrados.
A decisão de identificar os restos mortais não cabe, no entanto, aos parentes. Na reunião em Paris, entre autoridades francesas e representantes das associações, o secretário dos Transportes, Thierry Mariani, disse que a identificação dos corpos é uma determinação da Justiça francesa e que ela será cumprida.
O diretor do Instituto de Pesquisas Criminas da Polícia Militar francesa, que coordenará os trabalhos, o coronel François Daoust, afirmou que o processo de identificação pode levar vários meses. Segundo ele, a identificação dos 50 corpos resgatados pouco depois da catástrofe, em 2009, demorou dois meses.