Governo diz que há “provas” de ingerência americana na Venezuela
Segundo a vice-ministra, a intromissão dos Estados Unidos na Venezuela segue “uma velha receita, de longa data, que se conhece como golpe suave”. Por esta receita, tenta-se criar uma situação de intranquilidade no país, acrescentou Claudia, em entrevista à Telam.
“O presidente Nicolás Maduro e o chanceler Elías Jaua foram enfáticos ao assegurar que há provas contundentes da ingerência do governo norte-americano”, destacou a vice-ministra.
Para Claudia, está claro que, desde 2005, pequenos setores da juventude venezuelana têm recebido “apoio progressivo” dos americanos. Ela explicou que se trata de apoio econômico a distintas organizações que são usadas “para esconder realmente o que há por trás dessa arquitetura montada para debilitar o governo venezuelano.
Na mesma linha, ela informou que estão em curso investigações para revelar em que foi usado esse apoio econômico e ressaltou que as organizações que o recebem também trabalham com “formação ideológica”.
“Temos tornado públicas as provas que são públicas. As outras, não podemos apresentar porque fazem parte da investigação que está sendo feita pelos organismos estatais de inteligência”, ressaltou Claudia. “Trata-se de apoio programático e sistemático a grupos de jovens que defendem a insurgência. Há indícios dos anos de 2010, 2011 e 2012”, acrescentou.
Sobre as relações entre a Venezuela e os Estados Unidos, a vice-ministra afirmou: “Cada vez que eles cruzarem a linha, vamos responder com contundência. Somos um país que aprendeu a não se calar”, acrescentou.
De acordo com a vice-ministra, apesar dessas denúncias, a Venezuela “manteve diálogo [diplomático] permanente com os Estados Unidos” e deu como exemplo o chamado que o embaixador venezuelano na Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton, recebeu de um funcionário do Departamento de Estado. Ela destacou o fato de Maduro ter autorizado Chaderton a levar adiante o diálogo.
Sobre a revogação dos correspondentes de rede americana CNN, acusados pelo presidente Maduro de “justificar uma guerra civil para provocar a intervenção do Exército”, Claudia Salerno informou que “foi aberta uma investigação administrativa para ver se eles desrespeitaram as leis venezuelanas” que proíbem a chamada “propaganda de guerra”. Além disso, a vice-ministra disse que não recebeu qualquer queixa dos Estados Unidos pela situação do “canal privado”.
A vice-ministra destacou ainda o apoio manifestado pelos países da região por intermédio de distintos blocos, com a União de Nações Latino-Americanas (Unasul), Mercado Comum do Sul (Mercosul), Comunidade dos Países Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). “A reação tem sido muito boa. A região está unida e solidária ao chamado de paz, que é a bandeira do governo venezuelano”, concluiu.