Educação

Governo realiza concurso para preencher 10 mil vagas nos quadros do magistério

Realizado em 147 escolas espalhadas por 30 municípios do Rio Grande do Sul, o concurso do magistério movimentou o domingo (19) no Estado.

Os candidatos iniciaram as provas às 14h, tendo um total de quatro horas para resolver as 60 questões da prova objetiva, que é eliminatória e possui 80% de peso na nota final. Ainda existe no processo seletivo a prova de títulos, que é classificatória.

Dos 69.498 inscritos no exame, que selecionará 10 mil professores para o Estado, a predominância ainda é do público feminino, com 59.150 candidatas. Para o concurso, 4.235 pessoas solicitaram algum tipo de cota. Em todas as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), 43 candidatos são portadores de deficiência. Do total de vagas existentes, 26% foram destinadas às cotas, sendo 10% às pessoas com deficiência e 16% aos candidatos negros e pardos.

O Governo do Estado assumiu o compromisso de realizar concurso público para a categoria o que, há sete anos, não acontecia. As mais de 15 mil contratações, considerando os professores aprovados em 2012, e os 10 mil que estão sendo selecionados neste certame, devem colaborar para corrigir distorções como os longos contratos temporários.

É o caso do historiador e estudante de Filosofia, Diogenes Pacheco de Lima. Especialista em Educação e em Gestão da Educação, o professor é contratado da rede estadual há 12 anos e agora tenta conquistar uma das vagas oferecidas. Já Giovane Gregol, professor há 30 anos, leciona para o Ensino Médio. “Já fui professor do Estado em regime de contrato temporário e quero ingressar no quadro fixo para ter todos os direitos assegurados, sobretudo, a estabilidade”, disse.

Gerações de educadores

O futuro professor de História, Rodrigo dos Santos Greve, de 23 anos, conclui a graduação no final de 2013, mas já tenta uma vaga no magistério estadual. O candidato aposta na sorte e torce para que seja chamado após a conclusão do curso. “Sempre me pergunto qual a grande missão do professor. Penso que estamos preparando a próxima geração, mas é difícil decidir o que temos que priorizar na formação”, ressaltou.

A recém-formada, Ana Maria Lima de Quadro, não hesitou em mudar de profissão aos 60 anos. A historiadora, que atualmente cuida de idosos, comprou apostilas e estudou em casa, aos finais de semana, e, também, durante as viagens de ônibus. “Espero trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos, quero me especializar nesta área. Concluí o Ensino Médio, em 2004, na modalidade EJA, e quero contribuir com a formação deste público. Meu professor de História me influenciou bastante no que diz respeito à escolha do curso”, contou.

A expectativa em conseguir uma vaga, normalmente causa nervosismo na hora da prova, como no caso de Aline Leonardi de Aquino, 35 anos, que leciona para o Ensino Fundamental. Ela já perdeu a conta de quantos concursos fez, mas este ano está mais confiante, pois teve o apoio de cursinho preparatório. “Eu fico nervosa, porque me dediquei muito. Foram horas de estudo e acabei deixando a família de lado.”

Por sua vez, aos 62 anos, a professora aposentada Odenira Rocha, tenta voltar à sala de aula. “Me preparei pouco porque o tempo é reduzido mas eu espero que eu consiga passar. Já sou professora e leciono há mais de 15 anos. Me aposentei e agora estou voltando porque não dá para ficar parada”, afirmou.

Gabarito e abstenção

Responsável pela coordenação e execução do concurso público do magistério, a Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) informa que o gabarito da prova será divulgado no dia 24 de maio.

A Fundação também divulgou os índices de abstenção para o certame de 2013. Dos 69.498 candidatos homologados, 5.837 não compareceram. O índice de abstenção ficou em 8,4%. O concurso da Secretaria da Educação de 2012 registrou 7,76% de ausentes, o que em números absolutos corresponde a 5.368 inscritos de um total de 69.150.

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