Governo realiza concurso para preencher 10 mil vagas nos quadros do magistério
Os candidatos iniciaram as provas às 14h, tendo um total de quatro horas para resolver as 60 questões da prova objetiva, que é eliminatória e possui 80% de peso na nota final. Ainda existe no processo seletivo a prova de títulos, que é classificatória.
Dos 69.498 inscritos no exame, que selecionará 10 mil professores para o Estado, a predominância ainda é do público feminino, com 59.150 candidatas. Para o concurso, 4.235 pessoas solicitaram algum tipo de cota. Em todas as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), 43 candidatos são portadores de deficiência. Do total de vagas existentes, 26% foram destinadas às cotas, sendo 10% às pessoas com deficiência e 16% aos candidatos negros e pardos.
O Governo do Estado assumiu o compromisso de realizar concurso público para a categoria o que, há sete anos, não acontecia. As mais de 15 mil contratações, considerando os professores aprovados em 2012, e os 10 mil que estão sendo selecionados neste certame, devem colaborar para corrigir distorções como os longos contratos temporários.
É o caso do historiador e estudante de Filosofia, Diogenes Pacheco de Lima. Especialista em Educação e em Gestão da Educação, o professor é contratado da rede estadual há 12 anos e agora tenta conquistar uma das vagas oferecidas. Já Giovane Gregol, professor há 30 anos, leciona para o Ensino Médio. “Já fui professor do Estado em regime de contrato temporário e quero ingressar no quadro fixo para ter todos os direitos assegurados, sobretudo, a estabilidade”, disse.
Gerações de educadores
O futuro professor de História, Rodrigo dos Santos Greve, de 23 anos, conclui a graduação no final de 2013, mas já tenta uma vaga no magistério estadual. O candidato aposta na sorte e torce para que seja chamado após a conclusão do curso. “Sempre me pergunto qual a grande missão do professor. Penso que estamos preparando a próxima geração, mas é difícil decidir o que temos que priorizar na formação”, ressaltou.
A recém-formada, Ana Maria Lima de Quadro, não hesitou em mudar de profissão aos 60 anos. A historiadora, que atualmente cuida de idosos, comprou apostilas e estudou em casa, aos finais de semana, e, também, durante as viagens de ônibus. “Espero trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos, quero me especializar nesta área. Concluí o Ensino Médio, em 2004, na modalidade EJA, e quero contribuir com a formação deste público. Meu professor de História me influenciou bastante no que diz respeito à escolha do curso”, contou.
A expectativa em conseguir uma vaga, normalmente causa nervosismo na hora da prova, como no caso de Aline Leonardi de Aquino, 35 anos, que leciona para o Ensino Fundamental. Ela já perdeu a conta de quantos concursos fez, mas este ano está mais confiante, pois teve o apoio de cursinho preparatório. “Eu fico nervosa, porque me dediquei muito. Foram horas de estudo e acabei deixando a família de lado.”
Por sua vez, aos 62 anos, a professora aposentada Odenira Rocha, tenta voltar à sala de aula. “Me preparei pouco porque o tempo é reduzido mas eu espero que eu consiga passar. Já sou professora e leciono há mais de 15 anos. Me aposentei e agora estou voltando porque não dá para ficar parada”, afirmou.
Gabarito e abstenção
Responsável pela coordenação e execução do concurso público do magistério, a Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) informa que o gabarito da prova será divulgado no dia 24 de maio.
A Fundação também divulgou os índices de abstenção para o certame de 2013. Dos 69.498 candidatos homologados, 5.837 não compareceram. O índice de abstenção ficou em 8,4%. O concurso da Secretaria da Educação de 2012 registrou 7,76% de ausentes, o que em números absolutos corresponde a 5.368 inscritos de um total de 69.150.