Governo veta de vez uso do Windows no PC popular

Os fabricantes de equipamentos que integram o programa de inclusão digital Computador para Todos receberão, até o final da semana que vem, comunicado emitido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) que veta, de vez, o uso de sistemas operacionais proprietários e de código aberto, no modelo “dual boot”, em suas máquinas.

Em encontro com a imprensa nesta sexta-feira (14/07) em São Paulo, o secretário de política de informática do MCT, Augusto Gadelha, destacou que o comunicado já foi redigido e esclarece que as empresas não poderão incorporar nenhum aplicativo de código proprietário além dos 26 softwares abertos já previstos no programa. “A circular esclarecerá que não está autorizado o uso de sistemas de código fechado”, enfatizou.
A decisão de divulgar um documento padronizando o posicionamento do governo frente ao caso coloca um ponto final nas divergências de discursos dos órgãos. Há vários meses fabricantes que integram o programa Computador para Todos declaram que recebem sinal verde do departamento jurídico do MCT para incluir o dual boot.

Desde o início de junho a fabricante Epcom Eletrônica – credenciada no programa – já vende a 1.399 reais um computador com dois sistemas operacionais (dual boot), uma distribuição Linux (Metasys) e o sistema operacional Windows Starter Edition, da Microsoft.
De acordo com Gadelha, o fabricante que já tiver colocado no mercado computadores com dual boot e que utilizam os benefícios de financiamento do programa Computador para Todos não poderá prosseguir com as vendas. “O documento explicará que não poderão mais ser vendidos computadores pertencentes ao programa com o dual boot”, complementou.

O secretário do MCT, no entanto, disse que a circular não encerra a discussão sobre a questão no governo federal e chegou a inclusive questionar a proibição. “Proibição [do dual boot] pura e simples pode até trazer impacto negativo na aceitação dos compradores”, disse.

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