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Grã-Bretanha prepara mais restrições à imigração

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, anunciou hoje (14) que será adotada uma política de controle mais rígido sobre a imigração no país. Segundo ele, há “abusos” e fraudes no sistema que autoriza estrangeiros a viver no país. Em discurso na cidade de Southampton (no Sul do país), Cameron disse que quer manter a “imigração boa” e restringir a “imigração em massa”.

Nos próximos 12 meses, só poderão entrar na Grã-Bretanha, no máximo, 20,7 mil trabalhadores qualificados de fora da União Europeia e mil considerados “talentos excepcionais”, como cientistas, acadêmicos e artistas. Segundo o primeiro-ministro, as medidas vão ajudar a limitar a 80 mil o número de vistos anuais concedidos a estudantes.

Cameron afirmou que a ideia é limitar a emissão de vistos concedidos a estudantes, a maridos e mulheres de residentes, a trabalhadores qualificados e a solicitantes de asilo. De acordo com ele, será combatida a eventual prática de casamentos forjados para a obtenção de documentos.

O primeiro-ministro disse ainda que a imigração causa tensão e “desconforto” em comunidades britânicas e que muitos imigrantes não têm interesse em se integrar à sociedade local. O discurso, alvo de críticas dentro da própria coalizão do premiê, ocorre uma semana depois de ter entrado em vigor o limite imposto por Cameron para a imigração de cidadãos de fora da União Europeia (UE).

No mês passado, o governo britânico havia anunciado medidas para limitar a concessão de vistos a estudantes estrangeiros que se matriculem em instituições de ensino do país. Cameron também criticou o sistema de bem-estar social britânico por estimular imigrantes e cidadãos a não trabalharem e por permitir que estrangeiros reclamem benefícios ao entrar no país.

Cameron disse reconhecer que os imigrantes “trazem uma enorme contribuição à Grã-Bretanha”, mas acrescentou que “por tempo demais a imigração tem estado alta demais”. A diferença entre o número de pessoas que entraram no país e as que saíram foi de 2,2 milhões entre 1997 e 2002, segundo o premiê.

O secretário de Negócios, Vince Cable, que pertence ao Partido Liberal Democrata, disse que os comentários de Cameron “não foram sábios” e que poderiam inflamar o extremismo dentro da Grã-Bretanha.

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