Hoje o dia é de AGRA…

…decer a vocês, meu paciente leitor, minha generosa leitora que compõem o “Clube dos 18” (sim, a exemplo do Sport Club Cruzeiro, de Porto Alegre, também conquistei essa inédita marca de fieis apreciadores) de “Notas Dissonantes”, nesses quatro anos completados em 27 de agosto.

Foram 255 artigos, dentre crônicas e contos arduamente – alguns – prazerosa e apaixonadamente – muitos – escritos nas madrugadas silenciosas e indormidas nesta orla que, parodiando Bilac, se me mostra como a última flor do Lácio, inculta e bela e, a um tempo, esplendor e sepultura.

Do aprendiz de apaixonado escriba, senti que a cotidiana e prostituta realidade política deste espoliado, vilipendiado, estropiado, encurralado e estuprado Brasil impôs-me a metamorfose que resultou, não numa barata Kafkaniana, no homem indignado e desiludido a brandir como arma o mais débil e enferrujado metal contra a blindagem do mau-caratismo vendilhão dos collor, calheiros, barbalhos, delúbios, genuínos, dirceus, marthas botox, luizes stalinácios da silva e tantos, muitos outros – todos proxenetas – abrigados sob as duas torres palacianas do lupanar-mor do planalto central tupi-guarani, e de onde, paralelamente à tarefa de administrar o país, a presidente, – tal Sísifo e a pedra que ele tem a missão de carregar ao cimo, há de, eternamente, rolar montanha abaixo – luta para por fim ao bacanal.

Por que caminhos seguiu quem pretendera ser o aedo dos mais belos cânticos – tal bíblico Salomão – de louvor à mulher amada que o Destino a deixou, plena de ilusões, na sacado do sobrado amarelo na antiga Rua Avaí, a esperar pelo último bonde, recusando ela o fato de que este mesmo bonde há muito alçara, do alto das pedreiras de Teresópolis, o voo de libertação, levando em seus bancos o prometido enamorado? Por que escaninhos adormeceu quem, no calor dos cobertores e na maciez dos lençóis, aninhara, entre beijos e carícias, a mais louca das amantes? Em que labirintos se perdeu quem acreditara na possibilidade de que sentimentos outros ainda haveriam de explodir, ante o beijo ardente, o suave toque das línguas, na viagem de mãos navegadoras que arrepiava a pela da fêmea enlouquecida? Por onde anda aquele que sonhara com a noite, enfim, sem chuva, o luar a invadir a alcova e ali encontrando, na cintilação dos corpos suados, o rebrilho de uma constelação e a paz de um universo adormecido?

É tempo, quem sabe, de redescobertas…

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