Inflação é a maior nos últimos 12 anos
A alta generalizada nos preços dos alimentos foi o principal fator de pressão sobre a inflação em maio e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), taxa que baliza as metas de inflação do governo federal, fechou o mês em alta de 0,79%.
O resultado, que superou o de abril (0,55%), foi o maior já registrado em um mês de maio desde 1996 (1,22%). Observando-se todos os meses, a taxa foi a mais elevada desde abril de 2005 (0,87%).
De acordo com os dados divulgados hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula alta de 2,88% no ano e de 5,58% nos últimos 12 meses.
Os alimentos subiram em maio 1,95%, depois de avançarem 1,23% em abril. A alta verificada no mês passado é a maior de todo o período do Plano Real, que entrou em vigor em julho de 1994. A contribuição do grupo alimentação representou 0,43 ponto percentual do IPCA, o equivalente a 54% do índice. O arroz foi o item que mais pressionou a inflação, subindo 19,75% no mês.
Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina dos Santos, os dados indicam que a alta dos alimentos deve continuar nos próximos meses.
“Os dados evidenciam uma persistência de aumento e, dado que os preços estão subindo no mercado internacional e que o consumo no mercado doméstico está forte assim como no mercado mundial, não se vislumbra, em curto prazo, movimento de reversão de alta dos produtos alimentícios”, afirmou.
Também houve alta expressiva nos preços do pão francês (4,74%) e das carnes (3,45%). Segundo o IBGE, poucos alimentos “escaparam da alta generalizada”, entre eles aparecem as frutas (-5,40%) e o feijão carioca, que, embora tenha apresentado queda de 11,26% em maio, acumula alta de 123,17% nos últimos 12 meses.
No ano, os alimentos registram alta de 6,40%, superior aos 2,81% verificados de janeiro a maio de 2007.
Já os produtos não-alimentícios tiveram aumento de 0,46%, depois de subirem 0,34% em abril. No ano, a elevação acumulada é de 1,91%.