Internautas poderão criar extensões de endereços de sites
Os internautas poderão criar os nomes de domínios de internet que quiserem a partir de 2009, caso uma proposta nesse sentido seja aprovada na reunião internacional da Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (Icann, na sigla em inglês), iniciada nesta segunda-feira em Paris (França), segundo revelou o presidente da organização, Paul Twomey. Assim, os sites não estariam atados a fórmulas clássicas, como .com, .net ou .org.
— Os internautas poderão criar domínios como .amor e .odio — explicou Twomey ao jornal Les Echos, para o caso de os reguladores votarem favoravelmente ao projeto, na próxima quinta-feira.
A Icann trabalha há três anos nessa revolução da geografia da web. Para isso, se assegurará de que as novas extensões de domínios respeitem os direitos das marcas e os novos endereços não se pareçam muito com nomes já conhecidos, além de não usurpar identidades de comunidades já reconhecidas.
— Uma comunidade budista ancestral perdida nos confins da Tailândia poderá continuar a controlar seu nome — explicou Twomey, destacando que ainda permanece em sigilo quem será o árbitro que decidirá a validade dos domínios.
— A partir de agora, os internautas poderão registrar domínios em alfabeto cirílico, chinês e amárico da Etiópia. É um desafio técnico, mas imprescindível — afirmou.
Twomey que explicou que a Icann já fez testes com 15 idiomas diferentes e vários navegadores. O Icann, organização privada sem fins lucrativos, tem um contrato com o governo dos Estados Unidos pelo qual administra os sistemas de nomes de domínios e endereços de IP (Internet Protocol), assim como a entidade que concede os endereços junto às organizações regionais.
A instituição recebe uma parte de cada domínio que vende no mundo, o que representa 95% de seus negócios, estimados em US$ 56,8 milhões no ano fiscal de 2008, 44% a mais em relação ao ano anterior.