Japão inicia racionamento de energia para evitar apagão
A limitação é no horário comercial, das 9h às 20h, de segunda a sexta-feira, e vai até meados de setembro. Quem violar a restrição intencionalmente terá de pagar multas que passam de R$ 20 mil.
A decisão é consequência dos danos causados às usinas nucleares instaladas na região noroeste do arquipélago pelo terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março deste ano. O duplo desastre afetou seriamente a produção de energia elétrica no país, onde 35 dos 54 reatores nucleares do Japão estão parados desde a tragédia.
O governo quer também que a população e as pequenas empresas colaborem e economizem energia elétrica.
“Nosso objetivo para o período de julho a setembro é reduzir o gasto com energia elétrica em 15% (em relação ao consumo do ano passado) independentemente de saber se o consumidor é um grande usuário, pequeno ou mesmo doméstico”, disse à imprensa japonesa o secretário-chefe do gabinete, Yukio Edano.
Esta é a primeira vez que o governo do Japão impõe restrições ao consumo de energia para as grandes empresas desde a crise do petróleo, em 1974.
Apesar de a medida ter começado hoje, muitas empresas já vinham colaborando na economia de energia. Nos principais prédios comerciais e de empresas de Tóquio, escadas rolantes, elevadores, letreiros e lâmpadas – em corredores e banheiros, por exemplo – ficam praticamente desligados o dia todo.
Nesta semana, muitas montadoras deram início ao esquema de folgas às quintas e sextas-feiras e trabalho normal aos sábados e domingos.
Empresas de autopeças e de componentes eletrônicos também começaram a trocar o turno da tarde pelo trabalho noturno, evitando assim o horário de pico no consumo de energia.
Outras companhias, como a fabricante de eletrônicos Sony, optaram por encurtar o horário de trabalho em uma hora.
Os funcionários da Sony trabalharão até as 17h e, para forçá-los a deixar os escritórios, o ar-condicionado será desligado às 18h.
Já as operadoras das linhas de trem e de metrô na capital anunciaram redução na circulação de comboios durante o dia e aumento da frota nos primeiros horários da manhã, além de diminuir o uso do ar-condicionado nos vagões.