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Luz no fim do túnel – Jayme José de Oliveira

Luz no fim do túnel - Jayme José de Oliveira“É em momentos de severidade, como os atuais, que se distingue quem coloca acima de seus interesses ideológicos e eleitoreiros os valores maiores da democracia e da civilização – liberdade, fraternidade e igualdade, legados pela Revolução Francesa”. (Zero Hora,25/03/2020 – Editorial).

Acrescento: Além dos ideológicos e eleitoreiros, interesses pessoais também devem se submeter à circunstâncias.

Aos que alegam o direito constitucional de ir e vir – art. 5º, XV, CF -para descumprir a quarentena, respondo que acima dos direitos individuais preponderam os da sociedade. O mesmo se aplica às manifestações que interrompem o trânsito, marchas do MST, greves(de caminhoneiros, por exemplo), que originam desabastecimento, etc.. Acima do direito individual e de corporações, repito, prepondera o coletivo. É deBarack Obama a frase: “Na política e na vida a ignorância não é uma virtude”. Líderes não têm o direito de conduzir o povo a trajetórias catastróficas. O chargista Iotti enviou corretamente o recado citando o flautista de Hamelin.                                                                                                                          Os irmãos Grimm escreveram o conto folclórico:

Em 1284, a cidade de Hamelin sofria com uma infestação de ratos. Chegou à cidade um flautista que hipnotizou os ratos com sua música e os afogou no Rio Weser. Ao ver recusado o pagamento combinado tocou novamente sua flauta mágica, enfeitiçou as crianças e as trancou numa caverna. Até hoje, na cidade vazia, não se encontra nem um rato, nem uma criança.

A História vai julgar os homens e mulheres de hoje pelas suas atitudes.

Não esqueçamos, “onde há vida há esperança”. (Cervantes)

Complementando, “tudo passa ainda que algumas coisas passem mais lentamente”.Napoleão, Hitler, Gengis Khan, foram poderosos. Passaram. O mundo aprendeu a lição?

Lembremos que, ao nos protegermos num isolamento voluntário não estamos apenas afastando de nós o perigo como, e isto é de vital importância, não contaminamos os circundantes. Não apenas os nossos entes queridos, também pessoas que não conhecemos, nem sabemos que existem. O mais grave: aqueles que contaminarmos por não sermos racionais e por insistirmos em desrespeitar a quarentena se transformam em vetores de proliferação descontrolada. Por nossa desídia somos, sim, responsáveis pela morte daqueles que perecerão devido à nossa irresponsabilidade.

Portanto sejamos responsáveis, ao fim e ao cabo teremos não apenas contribuído para abreviar a duração da “peste” como evoluído como seres humanos e sairemos melhores do que éramos antes do horror planetário.

Enquanto a solidariedade se destaca nas pessoas conscientes, deixando evidente quem serão os que iluminarão as trevas do medo e da ignorância, outros exacerbam seu egoísmo e desnudam suas caras.

Uma luz no fim do túnel.

Líderes religiosos criticam decreto de Bolsonaro que torna as atividades religiosas essenciais em meio ao coronavírus. O texto dessas autoridades religiosas estabelece que essas atividades deverão obedecer às determinações do Ministério da Saúde.

Comentaram nesta quinta-feira (26/03) o decreto do presidente Jair Bolsonaro, que inclui na lista de atividades e serviços essenciais durante a pandemia do novo coronavírus, as que são de fundo religioso. Na prática, a medida pode viabilizar que ocorram, por exemplo, missas e cultos com a presença física de fiéis, contrariando a quarentena social recomendada pelo Ministério da Saúde.

Os líderes das seguintes religiões tomaram a decisão de não abrir para o público as cerimônias:

CNBB, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil;

Pastor Henrique Vieira, Igreja Batista do Caminho no Rio de Janeiro;

Miguel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita e representante da Confederação Israelita e representante da Confederação Israelita do Brasil;

Federação Espírita Brasileira;

Monja Coen, missionária oficial da tradição Zen Budista Soto Shu;

Babalorixá Adailton Moreira, do terreiro de candomblé Ilê Omijuarô;

Sheik Rodrigo Rodrigues, do Centro Islâmico do Paraná;

Sociedade Budista do Brasil, Ali Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil.

Bruxelas: O isolamento apenas de idosos e pessoas com doenças prévias foi tentado em países europeus como Reino Unido e Holanda e abandonado quando o crescimento rápido de doentes e mortos passou a ameaçar de colapso o sistema de saúde.

Acima do direito individual e de corporações, repito, prepondera o coletivo.

Jayme José de Oliveira

cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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