Mais da metade dos brasileiros têm conta em banco
Segundo Travassos, nessa classe, o índice está em 30%, contra 52% da classe C e 76% da classe AB. Isso significa que três em cada quatro pessoas da classe AB têm conta bancária, metade da classe C e apenas 30% da classe DE. “Por isso, nós vemos um potencial bastante significativo ainda para o acesso aos banco.”
Travassos disse que o acesso da população à conta bancária é importante para a economia como um todo, porque ela rende segurança para o consumidor, para os estabelecimentos comerciais e para os bancos. “É um processo de amadurecimento do mercado consumidor brasileiro, que facilita a vida de todos”. Ele explicou que esse amadurecimento do mercado de consumo e de crédito acompanha a formalização do mercado de trabalho no período de cinco anos.
Ele destacou que quem tem conta em banco dispõe de um suporte de crédito importante para o consumo. O mesmo ocorre com quem vende. “Não é à toa que, para abrir uma conta bancária e ter acesso a crédito, a pessoa precisa dar algumas garantias.”
Travassos lembrou que os bancos ofereceram serviços inovadores nos últimos anos, o que elevou o número de contas de universitários, na expectativa de que eles, no futuro, terão fluxo de renda maior em sua vida financeira. Dados da Fecomércio-RJ referentes a este ano indicam que 41% dos jovens brasileiros na faixa dos 16 a 24 anos têm conta bancária. Em 2008, eram 26%.
A pesquisa mostra que a proporção de brasileiros com algum tipo de financiamento subiu de 32% para 43%, entre 2008 e 2013. Por modalidades de crédito, a liderança é assumida no período pelo cartão, cujo uso evoluiu de 18% para 42%. No entanto, o uso do cartão de crédito continua “majoritariamente” nas classes AB e C. Apenas 9% da classe DE usam essa ferramenta. “Isso vale tanto para conta bancária quanto para uso do cartão de crédito.”
Já no financiamento direto na loja ou na compra parcelada com carnê, prevalece a classe DE, com 69%. “Porque, muitas vezes, é um financiamento que não exige garantias, é mais fácil, a pessoa se organiza melhor”.
A compra financiada de eletrodomésticos cresceu de 23% para 27% no período pesquisado, favorecida por incentivos como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Outro fator que colaborou foi o Programa Minha Casa, Minha Vida, destacou o economista. Ele apontou ainda os avanços tecnológicos, com o lançamento de novos produtos no mercado, entre os fatores que contribuíram para elevar as compras parceladas eletrônicos, principalmente aparelhos de televisão.
“Se compararmos 2013 com 2008, temos juros significativamente menores. Apesar de agora, na margem, [os juros] estarem aumentando, o fato é que temos hoje um prazo maior e juros menores para pagar o financiamento. Isso o consumidor sentiu.”
A pesquisa da Fecomércio-RJ e Instituto Ipsos ouviu mil pessoas em 70 cidades brasileiras, incluindo nove regiões metropolitanas.