Mais de 4 mil casas serão demolidas no Rio
A Fundação Geo Rio, órgão da Secretaria Municipal de Obras, começa nesta semana a fazer o mapeamento completo das áreas de risco geológico da cidade, especialmente no Maciço da Tijuca e nas encostas. A previsão é que o trabalho seja concluído nos próximos seis meses, segundo informou o prefeito Eduardo Paes.
Mais de 4 mil famílias que vivem em áreas de risco no Rio serão reassentadas imediatamente, disse Paes. Ele visitou nesta manhã o Morro do Urubu, em Pilares, zona norte, onde os trabalhos de remoção já começaram.
Cerca de 250 casas do Morro do Urubu serão demolidas a partir desta segunda-feira (12) e os antigos moradores vão receber um aluguel social de R$ 400 até que sejam definitivamente reassentados em unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, que estão sendo concluídas no bairro de Realengo, na zona oeste.
Além do Morro do Urubu, também serão removidos os moradores de outras comunidades: Morro dos Prazeres, em Santa Tereza, no centro; Morro São João Batista, em Botafogo e Laboriaux, na Rocinha, ambos na zona sul; Cantinho do Céu e Pantanal, no Complexo do Turano, no Rio Comprido; Morro do Fogueteiro, no Catumbi; e Parque Columbia, na Pavuna, na zona norte da cidade.
Com exceção dos moradores de São João Batista e Laboriaux, que serão indenizados, nas demais comunidades as famílias receberão o aluguel social até que tenham adquirido moradia permanente.
Segundo o prefeito, as cerca de 1.500 famílias das comunidades dos Prazeres e Fogueteiro serão futuramente instaladas no local do antigo Presídio da Frei Caneca, no bairro Estácio, onde será construído um condomínio com cerca de 2.300 unidades habitacionais.
“O governo do estado cedeu esse terreno à prefeitura e nós começaremos as obras ainda nesta semana. O projeto completo será apresentado amanhã. Nosso esforço será para que todas essas famílias sejam reassentadas em áreas muito próximas de suas comunidades, sempre que for possível.”
As cerca de 500 famílias do Cantinho do Céu e Pantanal vão receber a aquisição assistida, por meio da Secretaria de Habitação, que vai implementar o programa Pró-Moradia.
Eles poderão escolher um imóvel que tenha valor proporcional ao da antiga casa e a prefeitura vai liberar o dinheiro para a compra. “Assim garantimos que o novo imóvel não está em área de risco, por exemplo”, explicou Paes.
O prefeito também anunciou a compra de um terreno no valor de R$ 15 milhões, pertencente à Empresa de Energia Elétrica (Light), na área de Triagem, onde serão construídas cerca de 1.500 unidades habitacionais.
“Quero agradecer a compreensão da Light por ter vendido a propriedade pela metade do preço e para ser pago em 24 meses. E quero solicitar a empresas sérias da cidade que, havendo disponibilidade de área, a prefeitura está buscando essas áreas para compra.”
Segundo o prefeito, serão necessários cerca de R$ 400 milhões para a realização de obras de recuperação das áreas afetadas pelas chuvas: aproximadamente R$ 80 milhões para obras de contenção, cerca de R$ 30 milhões para dragagem e recuperação de rios, R$ 100 milhões para pavimentação e recuperação de vias afetadas, além das despesas com aluguéis, indenizações e construções de casas.
O governo federal já liberou cerca de R$ 90 milhões para o combate às enchentes na cidade do Rio e está prevista a construção de 8 mil unidades habitacionais em parceria com os governos locais, incluindo as já citadas por Eduardo Paes. O prefeito disse que irá encaminhar novos pleitos ao governo federal.