Maio, mês de Maria e mês das mães. Neste Ano Santo da Misericórdia não podíamos deixar de volver nossa olhar à Mãe das mães, a Virgem Maria, venerada com tantos nomes, um deles: Nossa Senhora da Misericórdia.
Como diz o Papa Francisco: “A doçura do seu olhar, nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor”.
É verdade ninguém melhor que as mães para entenderem os filhos. Parece que elas leem o que se passa no coração deles. A Virgem de Nazaré, “guardou no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com seu Filho Jesus”. Da casa de Izabel e pelo testemunho de tantas mães, “de geração em geração”, elas vão revelando-nos a riqueza da misericórdia divina.
Durante um ano, a pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida, vai peregrinando e entrando em nossas casas e comunidades, oferece-nos o sagrado que traz em suas entranhas: o amor feito misericórdia. Tenho certeza que muitos João Batista verão a luz daquele que chega carregado por uma mãe, a cheia de graça e exultarão num cântico de louvor ao Deus escondido no seio da Mãe de Misericórdia.
Com a pequena imagem de cor morena – aparecida aos pequenos e humildes pescadores – coloquemo-nos com o outro João, aos pés da cruz e escutemos dos lábios do seu Filho a encantadora notícia do perdão supremo, da misericórdia infinita, do amor ilimitado que venceu todo ódio e violência: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.
Um amor assim só pode sair “do coração da Trindade, do íntimo mais profundo do mistério de Deus”, onde “brota e flui incessantemente a grande torrente da misericórdia”.
Uma mãe falando do sentido de ‘ser mãe’: “Ser mãe é traduzir o intraduzível. É experimentar diariamente, com alegria e dor, a vivência e o aprendizado do amor sem limites e da doação total. Poético, talvez, mas nem de longe expressa o que é ‘ser mãe’. Uma vez disse para minha mãe que o que me faz chegar mais perto do amor de Deus é o amor dela por mim”.
Obrigado mães por nos comunicarem o amor de Deus. Mãe Aparecida que peregrinas entre nós intercede por todas as elas e seus filhos. Amém.
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – domjaimep@terra.com.br
