Médicos alertam para importância do diagnóstico precoce de doenças renais

Uma série de atividades de conscientização, promovidas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em diversas cidades brasileiras, marca hoje (11) o Dia Mundial do Rim. O objetivo é chamar a atenção da população para a necessidade de se prevenir as doenças renais.

Dados da entidade revelam que pelo menos um em cada onze brasileiros apresenta algum grau de doença renal e 90% dos pacientes não sabem que estão doentes, porque os sintomas só aparecem quando o rim já perdeu 50% da função. Nos últimos oito anos, segundo levantamento da SBN, os casos de pacientes no país que precisam de diálise aumentaram em 84%.

De acordo com o presidente da entidade, Emmanuel Burdmann, o diagnóstico precoce pode evitar que a doença evolua, exigindo tratamentos mais caros e complicados, como diálises e transplantes.

“É uma doença que evolui lentamente e o diagnóstico é bastante simples. Basta que o paciente, principalmente os que têm diabetes ou hipertensão, que são mais sujeitos a complicações renais, realizem pelo menos uma vez por ano exame de urina e de creatinina”, afirmou.

Para Burdmann, é preciso haver mais investimentos do governo principalmente na área da prevenção. Segundo ele, cerca de 95 mil pessoas dependem de diálise para sobreviver no Brasil, e esse número tem aumento de 10% a cada ano.

É o caso da advogada carioca Edinéia Bastos, que há nove anos faz o tratamento em uma clínica conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ela, o ideal é mesmo evitar que o caso evolua, já que o tratamento é bastante doloroso e tem uma série de efeitos colaterais.

“É muito cansativo, as agulhas são um pouco grossas e machucam. Outro problema é que a diálise, além de tirar as toxinas do sangue, acaba retirando também elementos importantes, como ferro e cálcio. O corpo sente, fica debilitado e é preciso fazer reposição”, afirmou ela, que orienta as filhas a realizarem anualmente os exames necessários para detectar o surgimento de alguma alteração semelhante à sua.

O Ministério da Saúde informou que, de 2000 a 2008, aumentou em 150% o volume de investimentos no setor, que no período passaram de R$ 600 milhões para R$ 1,5 bilhão. Além disso, segundo a pasta, existem no país 862 prestadores de saúde ligados ao SUS que oferecem tratamento a pacientes renais, como os serviços de diálise.

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