Mercado eleva juros pela 12ª vez seguida
Para o diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, as correções revelam que o mercado procurou se proteger contra uma eventual piora das condições econômicas e mesmo ante possível nova subida da Selic, que acabou não se confirmando.
As pessoas físicas pagaram, em média, juros de 100,76% ao ano, em maio, ante 100,31% em abril. De acordo com a pesquisa da Anefac, enquanto a taxa Selic teve alta de 51,72% entre abril de 2013 e maio deste ano, quando atingiu 11% ao ano, o crédito à pessoa física aumentou 87,97%.
Apenas uma das seis linhas oferecidas às pessoas físicas manteve-se estável: a de crédito rotativo. Mas é justamente a que tem as maiores taxas de cobrança, que chegaram a 10,52% ao mês, em maio, o que dá salgados 232,12% em 12 meses. Na virada do mês, os juros cresceram 0,02% na média, constituindo-se no patamar mais elevado de taxas dos últimos dois anos.
No comércio, estava sendo cobrada taxa mensal de 4,62% e 71,94% ao ano, ou 0,04 ponto percentual acima da taxa de abril – a maior correção registrada na comparação mensal. Evolução semelhante se verificou no caso do cheque especial, que cobrou, em média, juros mensais de 8,22% (158,04% no ano) – taxa mais alta desde os 158,61% contabilizados em maio de 2012.
Em relação ao Crédito Direto ao Consumidor (CDC) nos financiamentos para a compra de automóveis, os juros ficaram, em média, 1,12% mais altos, ou 0,02 ponto percentual a mais do que em abril. No mês, a taxa variou 1,8% para cima, e em 12 meses se expandiu 23,87%.
Para contratar um empréstimo pessoal nos bancos, o tomador teve que pagar juros de 3,41% ao mês (49,54% ao ano), com alta de 0,29% sobre o mês anterior. Esse mesmo tipo de crédito em financeiras custa mais do dobro; o cliente paga juros de 7,29% ao mês (132,65% ao ano), uma elevação de 0,14%.
As empresas enfrentaram elevações nas três linhas de crédito mais comuns. Na média, a alta foi 0,59% no mês, com taxa de 3,41% ao mês (49,54% ao ano), a mais elevada desde agosto de 2012. O dinheiro para capital de giro ficou 2,22% mais caro, com taxa de 1,84% ao mês (24,46% ao ano); no desconto de duplicada, ocorreu alta de 0,81%, com taxa mensal de 2,48% (34,17% ao ano); e sobre a conta garantida, houve alta de 0,34% em relação a abril, com taxa de 5,92% ao mês e (99,40% ao ano).