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Mercado Sílvio Santos

“Quem quer dinheiro? Ha, hai, hi, hi!”

Quem não conhece esse personagem que já se tornou folclórico em nosso país? Muitos comediantes o imitam, muito se falou e se fala dele que até candidato a presidente já foi; mas você sabe quem é Sílvio Santos?

Na verdade Sílvio Santos é o pseudônimo de Senor Abravanel, homem de 79 nascido, filho de imigrantes gregos de poucos recursos, nascido na Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro. Desde cedo Sílvio aprendeu a se virar e começou como vendedor ambulante (camelô) no centro do Rio. Certa vez a prefeitura, em uma de sua fiscalizações, bateu na banquinha do jovem Sílvio. Ao invés de ser levado para o Juizado de Menores, o Diretor de Fiscalização da Prefeitura, recomendou que Sílvio procurasse um amigo na Rádio Guanabara, onde se realizava um concurso de locutores. O resultado foi que Sílvio foi o primeiro colocado sendo admitido como locutor. A partir daí você já imagina o que ocorreu.

Pois bem, esse filho do Brasil parece refletir bem a história de sua pátria mãe, o nosso querido Brasil! Em minha humilde opinião, assim como ele, saímos de um papel de coadjuvante na história. Deixamos de ser um um país marginalizado, tipo um vendedor informal, e temos experimentado um novo tempo, passando a concorrer pelo oscar de ator principal e não mais de promessa ou de filme estrangeiro menos pior que os outros. Nosso lugar agora é no tapete vermelho, com direito a muitos flashs e câmeras direcionadas a nós, assim como Sílvio Santos já se habituou a ter.

Para corroborar com essa idéia, na última semana entre outros indicadores de economia mundial e brasileira, tivemos dados do IBGE que mostraram que “nunca antes na história desse país” (ou ao menos da série histórica do IBGE, iniciada em 2002) o nível de emprego e de renda foram tão altos no Brasil. Com dados como este, o atual presidente Lula poderia eleger até o candidado a Deputado Federal “Tiririca” para presidente. Adicionalmente, o Banco Central elevou sua projeção de crescimento do crédito no país de 20% para 22%.

Mas não só o Sílvio Santos e o Brasil que parecem ter dinheiro para dar e vender. A liquidez parece abundar pelo mundo e o dinheiro tem procurado o destino onde é melhor tratado, onde a remuneração pela liquidez é mais elevada, onde o rendimento se mostra melhor. Por isso vimos grandes empresas brasileiras aproveitando o bom momento para alongar e melhorar o perfil de sua dívida, emitindo títulos no mercado internacional. Essas semana foi a vez da Gerdau (empresa gaúcha de Siderurgia) que emitiu títulos no valor de US$ 1,25 bilhões com vencimento em 2021 para qual, segundo fontes, houve demanda de 4x o valor ofertado.

Internamente vimos o mercado de capitais brasileiros ser o palco da maior emissão de ações da história mundial. A Petrobras pretende captar nada mais, nada menos que algo em torno de R$ 120 bilhões através de uma megaoferta pública de ações, com objetivo de levantar recursos para financiar a exploração do pré-sal.

Também vimos as combalidas economias da Grécia, Irlanda e Portugal obtendo sucesso em captacões no mercado, para financiar suas dívidas, com demanda superior a quantidade de títulos ofertados em todos os casos.

De fato, parece haver muito dinheiro circulando no mundo, ou preso a espera de oportunidades de investimento. Pelo que temos visto o fluxo de investimento estrengeiro continua a ser positivo para o Brasil e a percepção dominante é de que nossa Bolsa é um bom negócio. Então a resposta para a pergunta “quem quer dinheiro” me parece ser clara: invista na Bolsa brasileira!

William Castro Alves

Analista da XP Investimentos

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