Metas do analfabetismo serão cumpridas, diz MEC
O Ministério da Educação (MEC) garante que o Brasil vai cumprir até 2015 o Acordo de Dacar, estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que prevê a redução da taxa de analfabetismo dos atuais 10% para 6,7% até 2015. A análise foi feita pelo secretário de Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro, após a publicação de série de matérias sobre o assunto pela Agência Brasil.
De acordo com Lázaro, nos últimos anos a taxa de analfabetismo vem caindo em média, 0,55% ao ano. “Nesse ritmo, chegaremos a 2015 com 5,6%, abaixo do determinado pela Unesco”, calcula o secretário.
O ministério defende que o país tem as condições necessárias para alcançar as metas de alfabetização. Uma das estratégias importantes para atingir esse objetivo, na avaliação do secretário, é o acordo firmado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os governadores das regiões Norte e Nordeste para a erradicação do problema.
As duas regiões têm as piores taxas de analfabetismo do país e neste ano concentram 80% das turmas do Brasil Alfabetizado, programa do governo federal que dá apoio técnico e financeiro para que estados e municípios criem turmas voltadas a jovens e adultos.
“Hoje nós temos 1, 6 mil turmas do Brasil Alfabetizado cadastradas. A meta é alfabetizar 1,5 milhão em 2009. Nosso esforço não é inercial, nós estamos redobrando esse esforço”, defendeu Lázaro. Ele acredita que o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que tem como uma das metas alfabetizar todas as crianças aos 8 anos de idade, também vai ajudar a reduzir as taxas porque evita a continuidade do analfabetismo entre as populaçãos mais jovens.
Outra dificuldade apontada por especialistas está na formação de professores para trabalhar em turmas de alfabetização de jovens e adultos. O secretário informou que o MEC já lançou um edital para que universidades elaborem propostas de cursos de formação. Segundo ele, os professores começam a ser capacitados ainda em 2009.
Lázaro ressalta, entretanto, que o ministério precisa de estados e municípios para “dar conta do problema”. “O esforço do governo é mais do que financeiro ou político, é institucional. Os nossos parceiros hoje são estados e municípios porque a alfabetização precisa ser tratada como um direito público”, afirmou.