Meu nome também é Jacko
I said if
Youre thinkin of
Being my brother
It dont matter if youre
Black or white
Ooh, ooh
Yea, yea, yea now
Its black, its white
Its tough for you
To get by
Its black , its white, whoo*
Encerrou-se, na quinta-feira, 25 de junho, de forma trágica, a história de vida de um cantor que se tornou uma das mais importantes figuras da cultura pop do século XX: Michael Joseph Jackson.
Ele iniciou a carreira profissional aos 11 anos, com quatro dos seus nove irmãos no grupo The Jackson Five, estrelas no universo Motown dos anos 70.
A partir dos anos noventa, a música deu lugar ao “Wacko Jacko”, a um circo midiático que incluiu acusações e julgamentos por abuso sexual de menores, confissões de que ele próprio fora vítima em criança de violência por parte do pai, a descoloração da sua pele, as inúmeras operações plásticas que lhe deformaram o rosto, a luva de lantejoulas, os seus dois casamentos (o primeiro com Lisa Marie Presley, e o segundo com a enfermeira Deborah Jeanne Rowe, de quem teve dois filhos; em 2002 teve um terceiro filho, Prince Michael Jackson II, por inseminação artificial de uma mãe de aluguel), a máscara de veludo, o declínio das suas finanças (apesar dos 750 milhões de álbuns vendidos e de contratos milionários).
Na história da música pop, Michael Jackson foi a maior estrela solo de todos os tempos superando, Elvis Presley, Frank Sinatra e aos próprios The Beatles. Na história pop, foi um Peter Pan trágico que acabou por morrer longe de Neverland**, que não mais lhe pertencia.
Solidão, abandono e melancolia foram sentimentos que se fizeram presentes em toda existência desse anjo-demônio, dono de um talento inigualável, com seus agudos – a voz de falsete que lembrava os castratti da ópera italiana -, em meio às contorções de braços e pernas e um temperamento pronto para explodir.
Jackson sempre transitou na ambigüidade, mas uma coisa é certa: ninguém ficou indiferente à sua esmagadora presença: Ele suscitava a paixão e a fúria, o amor e o ódio, a idolatria e o banimento das multidões. Ele é um mito.
O mito é um ser infinitamente transcendental! Todos eles o são, em suas solidões, com seus vícios, suas fragilidades e loucuras; por ao menos tentarem ser verdadeiros, abdicando dos disfarces que, certamente, esconderiam o lado mais sórdido e obscuro de suas condições de humanos. Aos mitos não se concedem máscaras! Aos mitos não se permitem inverdades!
Com estas reflexões escrevo, ainda sob a comoção causada pelo trágico fim, ouvindo a emblemática “Black or white”.
Contraditoriamente, Neverland sequer foi testemunha do declínio e da morte de Michael Jackson, o menino que nunca aceitou crescer.
*Eu disse, se você está pensando em ser meu irmão/ Não importa se você é preto ou branco/
Ooh, ooh!/ Yea, yea, yea agora…/ Ooh, ooh!/ Yea, yea, yea agora…
É preto, é branco/ É duro para todos sobreviver É preto, é branco, whoo!
**Neverland* – O rancho que foi de propriedade de Michael Jacçspn, que abriga um zoológico e um parque de diversão em seus 1.300 hectares.