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MP encaminha denúncia à Justiça contra suspeitos da morte de cinegrafista

A promotora da 8ª Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Vera Regina de Almeida, encaminhou hoje (17) para a Justiça do Rio a denúncia contra o agente de serviços gerais Caio Silva de Souza e o tatuador Fábio Raposo por crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado com impossibilidade de defesa da vítima e com emprego de explosivo.

Caio e Fábio são suspeitos de terem acendido e jogado o rojão que provocou a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade durante uma manifestação, na quinta-feira (6), no centro do Rio, em protesto aos reajustes de tarifas de ônibus.

De acordo com o Ministério Público, a denúncia aponta que Fábio e Caio caminharam lado a lado, com camisas enroladas na cabeça, até próximo ao local onde o rojão foi acionado e Fábio ainda usava uma máscara à prova de gás. “Fábio, então, entregou o artefato para Caio e se posicionou de forma a poder observar o resultado de sua ação criminosa. Caio colocou o rojão em um canteiro e o acionou, afastando-se correndo do local”, indica a denúncia.

O documento descreve também a divisão de tarefas entre os dois. “Com Fábio entregando para Caio o rojão com a finalidade, previamente por ambos acordada, de direcioná-lo ao local onde estava a multidão e os policiais militares e, assim, causar um grande tumulto no local, não se importando se, em decorrência dessa ação, pessoas pudessem vir a se ferir gravemente, ou mesmo morrer, como efetivamente ocorreu”, incluiu a promotora na denúncia.

Vera Regina de Almeida requereu à Justiça a prisão preventiva dos jovens suspeitos pelo envolvimento na morte do cinegrafista. Atualmente os dois estão em sistema de prisão temporária de 30 dias. Caio está detido na Cadeia Pública José Frederico Marques e Fábio na Penitenciária Bandeira Stampa, ambas no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio.

Na Justiça, a denúncia ficará a cargo da 3ª Vara Criminal do Tribunal do Juri. O juiz, depois de analisar, vai decidir se aceita a denúncia. Não há previsão em quanto tempo isso vai ocorrer. Por questão de segurança, o nome do juiz não foi divulgado pela assessoria de comunicação do Tribunal.

O inquérito do delegado da 17ª Delegacia de Polícia, Maurício Luciano, responsável pelas investigações da morte do cinegrafista, foi entregue ao Ministério Público, na sexta-feira (14), que, depois de análise, encaminhou hoje à Justiça do Rio.

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