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Mulheres no poder

A eleição de Cristina Fernández de Kirchner para a presidência da Argentina, neste último domingo, reacendeu o tema acerca das mulheres no desempenho do poder político. Com aproximadamente 44% dos votos, ela simplesmente dobrou a votação obtida pelo marido e atual presidente, Nestor Kirchner, que obteve 22% dos votos na eleição presidencial de 2003.

A questão provoca debates acalorados, e desperta o orgulho feminista, pois, as mulheres, que no início do século XX não podiam trabalhar ou comerciar sem a autorização do marido, e não tinham direito sequer ao voto, conquistaram paulatinamente sua igualdade perante os homens, com as revoluções sexual e cultural, dos anos 60 e 70, e tiveram seu apogeu, no Brasil, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 5º, inciso I, estabelece: “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;”   
A História nos revela que, em todas as épocas, independente de preconceitos e a despeito dos valores morais e culturais de sua época, várias mulheres tiveram destaque no cenário político, entre as quais podemos citar Cleópatra, que foi Rainha do Egito, pouco antes do nascimento de Cristo, ou então, a Rainha Vitória, que comandou o Império Britânico de 1837 a 1901.Da Inglaterra podemos mencionar ainda, Margaret Thatcher, que exercia o cargo de primeira-ministra na ocasião da guerra contra a Argentina, em 1982, País este que poucos anos antes havia sido governado por Isabelita Perón.

No Brasil, nunca tivemos uma mulher no comando da nação, o mais perto que chegamos foi com a presidente do STF, ministra Ellen Gracie, quinta na linha de sucessão do Presidente da República (CF, art. 80), que foi impedida de assumir temporariamente a Presidência da República, por antipatia e falta de cavalheirismo do Senador Renan Calheiros, já famoso pelo mau hábito de recusar-se em se desgrudar da cadeira de presidente.

No cenário mundial, destacamos Michelle Bachelet, no Chile, Angela Merkel, na Alemanha, Hillary Clinton, forte candidata nos EUA, e Ségolène Royal, segundo lugar nas eleições francesas.

Em solo pátrio, cogita-se de Dilma Roussef para a sucessão de Lula, e não podemos nos esquecer de Heloísa Helena, 3ª colocada nas últimas eleições, e também das ambições da paulista Yeda Crusius. Já nos pampas, a “peleja” pela prefeitura da capital será acirrada, pois temos três deputadas federais no páreo: Manoela D’Ávila, Maria do Rosário e Luciana Genro.

Esperamos que ao chegarem ao poder político as mulheres utilizem sua reconhecida astúcia e sensibilidade para implementar uma forma realmente diferente do governar!

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