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Não deem pérolas aos porcos

Terminou, no último sábado, a página negra do mais escrachado episódio de desrespeito, humilhação, desfaçatez e mentiras protagonizados por elemento que se autointitula “empresário”. Roberto de Assis Moreira infligiu – não a uma diretoria e a milhões de torcedores do Grêmio – a toda comunidade gaúcha de apaixonados pelo futebol-arte.

Todo empresário busca, sim, o que há de melhor e mais vantajoso, a médio e longo prazo, para o seu representado. Particularmente, gostaria de outorgar poderes a um negociador desse quilate. No entanto, frise-se que, no caso presente, Ronaldo de Assis Moreira, em que pese o currículo, já se encaminha para os limites finais de suas plenas condições físicas e técnicas para o futebol. Não obstante, o elemento Assis se esqueceu dos mandamentos que fundamentam qualquer negociação: respeito, ética e honradez entre as partes interessadas.

Os dotados de mediana memória hão de lembrar que, há longínquos 25 anos os Assis Moreira ganharam a primeira casa digna de habitabilidade, em troca do investimento no adolescente que, carinhosamente, fora  unhado de “a promessa”. Realmente, Roberto de Assis Moreira ficaria somente em promessas.

Cabe, por oportuna, a indagação: o quê, exatamente, provocou em Assis esse mórbido ódio ao clube que, salvo algo que se desconheça, deu-lhe os primeiros confortos de uma casa e a abundância saudável de uma bela mesa?

A pantomima encerrada no fim de semana, sob os holofotes da mídia, massageou a pequena alma e o descabido ego de Assis. Isso, certamente, não passará em brancas nuvens. O torcedor enganado, traído – não apenas uma, duas vezes, e com repercussão internacional (e é exatamente este detalhe tão específico e particular que está sangrando a alma tricolor) – transforma-se num outro ser, por quem não se poderá responder por seus atos. A integridade física dos Assis Moreira e de suas propriedades estará no final de um curto pavio de nitroglicerina pura. Aos parentes, como medida de mínima inteligência e razoabilidade, vislumbra-se apenas um caminho: abandonar por um longo e indeterminado prazo este chão rio-grandense.

Não falei de Ronaldo de Assis Moreira? Seria despender palavras para um ser despersonalizado, à mercê dos desvarios mercenários de seu irmão-procurador, cujo talento, além do mágico futebol de que ainda dispõe, é varar a noite nas baladas de samba e pagode. Ele sim, foi o verdadeiro e único perdedor!

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