Não tem mais jeito…
Assim, não me incomoda a sensação de estar chovendo no molhado para falar no flagelo que assola o País, no vírus que contamina, sem qualquer distinção, os segmentos públicos e privados, todos os escalões dos poderes Executivo e Legislativo, que necrosa até mesmo as mais altas Cortes do Judiciário. Os partidos, desde as siglas de alugueis às tradicionais e poderosas, transformaram-se em autênticos prostíbulos, onde são gerados e paridos os mais putrefatos dos excrementos: os maus políticos.
E eles não são a minoria! Daí porque o escancarado corporativismo, o “cobre o meu rabo que eu cubro o teu” debocha da centena de milhões de palhaços que, dia após dia, enfrentam, nos mais diversos rincões deste Brasil vilipendiado, uma viagem de seis horas para ir e voltar do local de seu honrado e honesto trabalho.
Se foi compreensível, como “filosofa” a poderosa rede Globo, a violência e selvageria com que, na tarde da quarta feira, 9 de dezembro, os mais de quinhentos homens do BOPE brasiliense rechaçaram, sob golpes covardes de cassetete, gás lacrimogêneo, balas de borracha e patas de cavalos, as manifestações pró-impeachment do cafajeste, do canalha do ignominioso Roberto Arruda, governador do Distrito Federal, não seria menos incompreensível e imperdoável se Bin Laden direcionasse o seu ataque às duas torres do Congresso Nacional. De sobra, alguns “respingos” no gabinete-mor do Palácio do Planalto.
A Pátria não despenderia um tostão furado de suas burras na construção de presídios e, certamente, não verteria uma lágrima sequer pelos oitenta e um senadores, quinhentos e treze deputados e os mais de vinte mil aquinhoados parasitas que infestam aqueles corredores com salamaleques e rapapés ao seu respectivo “cacique”. E os honestos e efetivamente dedicados trabalhadores? Respondo: todo o holocausto há de ter suas vítimas inocentes.
A crer na retidão, na integridade, na justa, imediata e transparente reforma política, é mais provável que o Sargento Garcia reencarne e logre prender o Zorro.
Daí porque, uma vez mais, ad perpetum palhaços, somos alvos do anedotário “lulanês”, quando o semiletrado “Filho(?) do Brasil” anuncia o envio de projeto ao Congresso tornando hediondo o crime de corrupção para altas autoridades. Rararararará!!!
Primeiro: vai faltar cela para tanta gente; segundo: faz-se fundamental, antes, uma nova reforma do Judiciário, pois com tantas brechas legais e chicanas jurídicas, fica difícil condenar quem se locupletou do erário nacional e, por isso, possui cacife para pagar os melhores advogados; e, terceiro: é entregar a vigilância do galinheiro às matreiras raposas.
“Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer…
Brasil!
Mostra tua cara “.*
“BRASIL”, de Cazuza.