Natal e coluna de número 500 – Jayme José de Oliveira

Jayme José de Oliveira

Por vezes ocorrem coincidências que nos proporcionam satisfações ímpares. Estamos em época de NATAL e esta é a cinco centésima coluna que publico em LITORALMANIA.

A minha primeira coluna em Litoralmania foi publicada no dia 17/02/2014, hoje apresento a de nº 500. Durante todo este tempo me esmerei em abordar assuntos os mais diversos, sempre honrando a verdade dos fatos e evitando extremismos que tanto contribuem para espalhar a cizânia entre os brasileiros.

Hoje prestarei homenagem a uma mulher que merece nossa admiração e reconhecimento: Marie Sklodowoska Curie.

A história está repleta de mulheres grandiosas que contribuíram para o avanço em muitos campos: política, arte, educação, direitos humanos, só para citar alguns. No campo da ciência, um nome de grande destaque é o de Marie Curie. Esta cientista polonesa naturalizada na França tem o seu nome associado às suas descobertas no campo da radioatividade.A pesquisa revolucionária de Marie Sk?odowska Curie (1867-1934) estabeleceu as bases para a nossa compreensão da física e da química, com grandes avanços em oncologia, tecnologia, medicina e física nuclear. Foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel, assim como recebeu o prêmio duas vezes. Ela foi realmente um gênio, e é importante entender o seu sacrifício pelo bem do mundo, já que sua morte foi ocasionada justamente por estar em contato com materiais radioativos.

Em 1895, quando preparava sua tese de doutorado, Marie conheceu Pierre Curie que trabalhava em pesquisas elétricas e magnéticas e em pouco tempo estavam casados.

No início de suas pesquisas constataram que os sais de “tório”, eram capazes de emitir raios semelhantes aos dos sais de “urânio”. Trabalhando em um porão cedido pela mais importante universidade francesa, a Sorbonne, verificaram que certos minerais de urânio, especialmente a “pechblenda”, procedente das minas de Joachimstal, na Boêmia, tinham radiações mais intensas que o correspondente teor em urânio, devido à presença de elementos ainda desconhecidos.

Os Curie começaram a purificar o minério, que era fervido em grandes recipientes sobre um fogão de ferro fundido. Em julho de 1898, conseguiram isolar um elemento 300 vezes mais ativo que o urânio.

Em homenagem à sua pátria, Maria batizou-o de “POLÔNIO”. Porém, os Curie não estavam satisfeitos porque o resto do material, depois de extraído o polônio, era ainda mais potente.

Continuaram a purificação e cristalização e encontraram um novo elemento, 900 vezes mais “radioativo” (termo criado por Marie) que o urânio. Estava descoberto o “RÁDIO”.

Em 1903, Marie Curie se tornou a primeira mulher da França a defender uma tese de doutorado. No mesmo ano o casal ganhou o “Prêmio Nobel de Física”, por suas descobertas no campo ainda novo da radioatividade.

Em 19 de abril de 1906 Pierre Curie morreu tragicamente, vitimado por um atropelamento. No dia 13 de maio, pouco antes de completar um mês da morte do marido, Marie foi indicada para substituí-lo, tornando-se a primeira professora (mulher) de Física Geral.

Em 1910, finalmente, auxiliada pelo químico francês André Debierne, Marie Curie conseguiu obter o rádio em estado metálico. Em 1911, Marie Curie foi agraciada com o segundo “Prêmio Nobel”, desta vez de Química, por suas investigações sobre as propriedades e potencial terapêutico do rádio.

A cientista tornou-se a primeira personalidade a receber duas vezes o Prêmio Nobel.

A partir de 1918 sua filha mais velha, Irène, que mais tarde se casaria com o físico Frédéric Joliot, começou a colaborar na cátedra da mãe e, posteriormente junto com o marido, descobriu a radioatividade artificial. Isso valeu ao casal Joliot-Curie o Prêmio Nobel de Química em 1935.

Toda a dedicação de Marie Curie à ciência teve um preço: após anos trabalhando com materiais radioativos, sem nenhuma proteção, ela foi acometida por uma grave e rara doença hematológica, conhecida hoje como leucemia.

O rádio (geralmente na forma de cloreto de rádio) é usado em medicina para produzir o gás radônio, usado para o tratamento do câncer. Uma unidade da radioatividade, curie, se baseia na radioatividade do rádio-226. Hoje a grande maioria das pessoas que tem câncer necessitam do medicamento à base desse metal. Já houvesse este conhecimento em 1934, Marie Curie teria vivido mais alguns profícuos anos, não podemos imaginar quantos conhecimentos teriam sido agregados à nossa civilização.

O rádio é o mais pesado dos metais alcalinoterrosos, com número atômico 88. É um elemento radioativo que, na sua forma metálica, apresenta uma coloração branca e brilhante, mas que logo se torna mais escura por ser oxidado em contato com o ar, formando, provavelmente, o nitreto de rádio (Ra3N2). O rádio e seus sais apresentam luminescência, ou seja, emitem luz ao serem instigados por algum estímulo, como uma radiação eletromagnética.

O rádio é capaz de reagir com a água, formando o hidróxido de rádio, Ra(OH)2, com produção de H2. Seus sais — RaSO4, RaCl2, RaBr2 e Ra(NO3)2 — são os menos solúveis entre os metais alcalinoterrosos. Contudo, o hidróxido é o mais solúvel e de maior alcalinidade dentro do grupo. Quando posto em uma chama, o rádio e seus compostos produzem uma luz vermelha, similar aos compostos de estrôncio.

Em termos de radioatividade, o rádio comumente emite partículas alfa, beta e raios gama e, quando misturado ao berílio, produz nêutrons. A quantidade de 1,0 g de rádio é capaz de produzir 3,7 x 1010 desintegrações por segundo. A antiga unidade Curie (Ci) — hoje substituída pela Becquerel (Bq) — é definida, inclusive, como a quantidade de radioatividade que possui a mesma taxa de desintegração desse grama de rádio. O gás nobre radônio é produzido também de um grama de rádio. Nesse processo, 0,00001 ml do gás é liberado.”

Veja mais sobre “Rádio (Ra)” em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/elemento-radio.htm

Marie Curie faleceu perto de Sallanches, França, no dia 4 de julho de 1934.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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