O que a Bahia tem? - Litoralmania ®
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O que a Bahia tem?

Para os Nascimento, Jairo, Marina, Wagner e Winicius.
Com afeto

Um velho calção de banho /O dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho /Um arco íris no ar
Depois na Praça Caymmi /Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime/Beber uma água de côco.*

Permiti-me à ausência desta página por algumas semanas. Decidimos, desta feita, aterrissar na Boa Terra, descobrir os encantos e os segredos que a Bahia de Todos os Santos guarda, se, de fato, é doce morrer no mar, como cantava o seu menestrel maior, Dorival Caymmi.

É bom passar uma tarde em Itapoã/Ao sol que arde em Itapoã
Ouvir o mar de Itapoã/Falar de amor em Itapoã
Passar uma tarde em Itapoã/Ao sol que arde em Itapoã
Ouvir o mar de Itapoã/Falar de amor em Itapoã.

E lá estavam eles – os Nascimento: Jairo, Marina e os meninos, Wagner e Winicius – incansáveis sentinelas, para dizer-nos que aquele chão era nosso, que nos sentíssemos como em casa estivéssemos. E, assim o foi.

Enquanto o mar inaugura/Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura/Com uma cachaça de rolha
E com o olhar esquecido/No encontro do céu e mar
Bem devagar e sentindo/A terra toda rodar.

Fomos, é claro, como todo o turista acidental, ao Pelourinho – Igreja e Convento São Francisco (toda revestida de talha dourada, que lhe dá a aparência de uma igreja de ouro), Fundação Jorge Amado – Igreja do Bonfim, Elevador Lacerda, Mercado Modelo, Farol da Barra e suas paradisíacas praias.

Depois sentir o arrepio /Do vento que a noite traz
E o diz-que-diz que macio/Que brota nos coqueirais
E nos espaços serenos/Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos/Da lua de Itapoã.

No entanto, o que mais nos encantou, foi o convívio com o povo, nos botecos da Ribeira, degustando pratos de “agulhinha frita” ** e no pagode nas calçadas da Comunidade Garcia, do entardecer da sexta ao amanhecer da segunda feira, tudo isso regado à geladíssima Skol, a R$ 1,00 a lata e à generosa companhia do Mestre Jairo. Como ele próprio nos ensinou: são gentes humildes e pobres, sem qualquer luxo e vaidade, porém alegres e felizes, com a energia, a musicalidade, o axé e, sobretudo, com a generosidade, dádivas que somente os Orixás poderiam lhes conceder.

É bom passar uma tarde em Itapoã/Ao sol que arde em Itapoã
Ouvir o mar de Itapoã/Falar de amor em Itapoã.

* Tarde em Itapoã – Toquinho e Vinicius
** Agulhinha frita – pequeno peixe que em muito lembra o lambari

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