Oferecida duas denúncias contra organização criminosa quer movimentou mais de R$ 34 milhões
Policial

Oferecida duas denúncias contra organização criminosa quer movimentou mais de R$ 34 milhões

Após a deflagração da segunda fase da Operação Complex, em 25 de junho deste ano, que culminou com a prisão do líder da organização criminosa que já cumpria pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e de seu maior operador, em Torres, o Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Lavagem de Dinheiro, ofereceu duas denúncias pela prática dos delitos de associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

Na primeira, ofertada em 30 de junho, foram denunciadas 12 pessoas, entre elas o líder do grupo criminoso, pela prática de diversos delitos de lavagem de dinheiro, mediante triangulação de valores e aquisição de bens móveis e imóveis registrados em nome de terceiros.

A investigação apurou que apenas uma das empresas utilizadas pelo grupo criminoso movimentou, em um ano, mais de R$ 34 milhões em suas contas bancárias.

Entre os bens adquiridos estão imóveis rurais cujo valor figura na ordem dos milhões de reais.

Nesta quinta-feira, 22 de julho, após análise da documentação e da extração de dados dos aparelhos telefônicos apreendidos, foi oferecida nova denúncia, contra o líder do grupo e outras três pessoas, pela prática dos delitos de associação ao tráfico e lavagem de dinheiro.

Os diálogos captados demonstraram que o líder do grupo, mesmo recolhido ao sistema prisional, segue comandando as práticas delituosas executadas por seus asseclas, trazendo ao Estado expressiva quantidade de entorpecentes e coordenando complexo esquema de lavagem de dinheiro.

O caso

O Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Lavagem de Dinheiro, desencadeou, no dia 25 de junho, a segunda fase da Operação Complex para cumprimento de mandados de prisão, de busca e apreensão e de indisponibilidade de bens.

A investigação teve como foco a lavagem de dinheiro oriundo das atividades criminosas de facção estabelecida no Rio Grande do Sul, por meio de um emaranhado de “laranjas” e empresas de fachada, que movimentaram dezenas de milhões de reais.

Foi preso em Torres o principal operador do grupo criminoso, responsável por negociações envolvendo a lavagem de dinheiro e aquisição de grandes quantidades de entorpecentes.

O outro mandado de prisão foi cumprido contra o líder da organização criminosa, que já cumpria pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, de onde coordenava as atividades voltadas à lavagem de capitais, além de comandar negociações relativas ao tráfico de drogas. Foram realizadas buscas na cela do apenado e apreendido um telefone celular. Foram decretadas, ainda, medidas constritivas de indisponibilidade de sete imóveis, avaliados em dezenas de milhões de reais, incluindo fazendas no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso.

Na primeira etapa da operação, deflagrada em fevereiro, em conjunto com a Polícia Civil, por meio das Delegacias de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DRLD/GIE e DRLD/Denarc), foram cumpridas 27 ordens judiciais, sendo oito mandados de busca e apreensão e 19 medidas constritivas de indisponibilidade de veículos e bloqueio de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas. As ações são desdobramento das Operações Água e Magna Ópera, deflagradas em 2020, que já haviam resultado na indisponibilidade de dezenas de imóveis e veículos e na prisão do líder da organização criminosa, entre outros indivíduos. O cumprimento dos mandados contou com o apoio da Brigada Militar (2º BPAT) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe)

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