Os Profetas
“Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; – e porque abundará a iniquidade, a caridade de muitos esfriará. – Mas aquele que perseverar até ao fim se salvará.”
Evangelho segundo São Mateus, Capítulo XXIV
Ao vocábulo da língua portuguesa:
Profeta: Palavra originária do grego que significa aquele que proclama.
Os profetas bíblicos falavam principalmente dos males de sua época. Mas a profecia bíblica também descrevia o que aconteceria se as pessoas fizessem ou não fizessem determinadas coisas, e o que o profeta esperava para o futuro de seu povo.
Segundo o Evangelho Segundo Espiritismo, em seu Capítulo XXI: “(…) No sentido evangélico, o vocábulo profeta tem mais extensa significação. Diz-se de todo enviado de Deus com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual.”
Associou-se também aos profetas uma crença de que tinham a capacidade de predizer o futuro, daí a significação corriqueira de designar-se profeta aquele que poderia antecipar o relato das coisas que estão por acontecer.
Outros fatos que marcaram nos idos tempos os profetas era a capacidade de alguns deles de provocar fenômenos ditos sobrenaturais, que hoje são bem entendidos pelos que têm o conhecimento da dimensão espiritual.
Muitos homens vem à Terra com habilidades e conhecimentos que os destacam da multidão. Nada mais são que espíritos que, além das conquistas individuais, trazem compromissos que urge honrar, dentro da fraternidade e moralidade.
Contudo, já nos alertava Lucas em seu evangelho, Capítulo VI: “O homem de bem tira boas coisas do bom tesouro do seu coração e o mau tira as más do mau tesouro do seu coração; porquanto, a boca fala do que está cheio o coração.”
Muitos espíritos, ainda cambaleantes em sua reforma moral, vêm à Terra imbuídos de inicial boa vontade, providos de recursos intelectuais e orgânicos, que cedem aos sentimentos de egoísmo e cobiça, utilizando suas preciosas riquezas para auferirem efêmeros prazeres terrenos e colher longos pesares espirituais.
Percebem desde logo os campos férteis de infantis espíritos no campo moral e intelectual, facilmente manipuláveis, principalmente quando sob o contexto filosófico e religioso.
Seitas novas, correntes dissidentes de religiões frágeis de sustentação em sua origem dão azo à projeção muitas vezes de uma “religião de um só homem”, que com o tempo ganha estado de “divindade”.
Os sentimentos motivadores vão da simples vaidade à ganância material, onde seguidores movidos pelos mesmos sentimentos amparam na manutenção consciente de agremiações que exploram a condição simplória de almas carentes de rumos.
Mas para estes a Humanidade, cada dia mais esclarecida, vai desmascarando seus personagens com ares cada vez mais patéticos.
“O Espiritismo revela outra categoria bem mais perigosa de falsos Cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados; a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da Terra para a erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a máscara de que se cobrem, facilitarem a aceitação das mais singulares e absurdas idéias. (…)” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XXI).
Nesse campo, os que possuem notória mediunidade podem ser alvo de influenciações desses falsos profetas, se não estiverem esteirados no conhecimento e nos bons princípios morais, daí este tipo de influência ser considerada, no campo da mediunidade, um dos maiores riscos, dado que os espíritos desencarnados que se propõe a esta infeliz tarefa trazem habilidades desenvolvidas para levar a termo seus propósitos.
“Meus bem-amados, não creais em qualquer Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (S João, Espístola 1).
De toda a forma o Espiritismo resgata o essencial significado do termo profeta, pois que podemos assim considerar todo aquele que traz ao mundo os conhecimentos da plano espiritual com o sincero propósito de auxiliar os irmãos que ainda tem longa caminhada a percorrer na senda do autodesenvolvimento.
Entre estes estão os mais notáveis e conhecidos médiuns, palestrantes, trabalhadores e cientistas que põe à lume as coisas do plano espiritual, até o mais humilde e anônimo expositor dos conhecimentos que consolam, esclarecem e instruem a quem necessita.