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Pacientes, não vistam o pijama, a diretoria do hospital “sumiu”

Nesta segunda, 29 de novembro, meu artigo, “Hospital São Vicente de Paulo – a pergunta que não quer calar”, completou nove dias em aberto no site do Litoralmania, sem que houvesse qualquer manifestação (e Notas Dissonantes propôs-se abrir espaço para o direito de resposta) por parte da administração do referido Hospital.

A resposta se fosse diretamente cobrada (à administração do Hospital São Vicente de Paulo), seria sabida: Não lemos o Litoralmania, muito menos o autor do artigo.

Até aí, morreu Neves!

Mas que droga, o que, realmente significa este dito?

O fato é que havia um assessor do Padre Feijó, aquele mesmo que você se lembra, das Regências, Joaquim Pereira Neves, que foi morto barbaramente pelos índios. Durante muito tempo só se falava nisso na cidade, a ponto da população, de saco cheio, não querer mais ouvir sobre o assunto. Daí, surgiu a expressão: até aí morreu Neves, ou quero novidades, disto já sei eu, quero noticias frescas.

A morte do Neves foi um fato inquietante, primeiro pela forma como morreu, segundo, porque morreu, e a morte, seja de quem for, causa impacto nos vivos. Porém, para muitos, era um desconhecido, sem nada ter a ver com a gente. Daí, as pessoas davam de ombros e iam cuidar das suas vidas. Até hoje é assim, com o mundo quase que dividido em tribos e clãs, entre pessoas e empresa, entre humildes pacientes do SUS e a direção do hospital que eles, esperançosos, ainda procuram. Se a coisa não me atinge, não aconteceu na minha área, não dou importância.

Não é bem assim! As pessoas e empresas, pacientes e diretoria de hospitais se interligam nesse mundo globalizado. Se a barba do nosso vizinho arder – como foi o descaso para com a infeliz senhora, e do qual fui testemunha –, convém por as nossas de molho. Como diz o outro adágio popular – e eu temo os seus efeitos colaterais – “Na briga entre o mar e o rochedo, quem sai esmigalhada é a ostra”, nós, pequenos moluscos.

Devemos, sim, nos importar com o Neves (no caso, uma vez mais, a humilde paciente do Hospital São Vicente de Paulo e, sabe-se lá, tantos outros pacientes do SUS). Pode ser que sejamos chamados a pagar a conta do enterro e, quem sabe, tenhamos que carregar esse defunto por um bom tempo, sem poder arriá-lo. E vai ficar a sensação desconfortável de que, devíamos sim, fazer alguma coisa por ele.

Ah, em tempo: “Notas Dissonantes” reitera o espaço aberto para o direito de resposta!

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