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Para onde vou? – Por Dom Jaime Pedro Kohl

IMG_1180-195x300111111111A celebração de Finados não é, liturgicamente, uma grande solenidade e o feriado parece pouco expressivo. Fica a impressão que esse dia nos joga para baixo pois, ao natural, nos faz pensar em pessoas queridas que partiram, que humanamente falando perdemos.

 Contudo, para nós crentes, não são perdidas, mas encontradas. Pelo fato de terem saído do nosso convívio habitual, o sentimento é de perda e afastamento. Como o local onde foram acabar, por mais fé que tenhamos, é sempre uma incógnita, ficam sempre duvidas e questionamentos.

         Ninguém pode fugir de algumas perguntas existenciais: de onde eu vim e para onde eu vou? O que será de mim a partir da minha morte? Como será essa vida eterna prometida por Jesus? Inferno e paraíso existem mesmo? Onde estão? E esse tal de juízo final, como será?

Muita gente não gosta e não quer pensar sobre essas coisas, mas não podemos evitá-las, porque, aceitando ou não, são questões vitais que batem nossa porta. O feriado de finados, a perda de um ente querido, uma doença, um acidente, trazem estas perguntas à tona.

Nós cristãos acreditamos que viemos de Deus e para Deus voltamos. O juízo final, a nível pessoal, se dá no dia de nossa partida deste mundo. Nesse dia nos apresentaremos ao nosso Deus, na esperança de sermos acolhidos no banquete da vida eterna, prometida por Jesus a todos os que o seguem.

O Evangelho deixa claro que aos justos está reservada a bem-aventurança do gozo eterno e aos ímpios a condenação eterna. A situação é irreversível e se define já aqui.

Condição para entrar na vida é a solidariedade: “Estava com fome e me deste de comer, estava sede e me deste de beber, estava nu e me vestiste…”

A sorte do ímpio é assustadora: “Afastai-vos de mim malditos! Ide para o fogo eterno. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; com sede e não me deste de beber; era forasteiro e não me acolhestes em casa…”.

Mesmo que alguém não acredite muito parece sensato procurar viver segundo a proposta do Evangelho: amando a Deus e ao próximo, pois esse é o principal critério no dia do juízo.

Paulo lembra: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”! Sim, a salvação é possível desde que se abandone a iniquidade e se abrace a justiça.

Não é mal manter viva a pergunta: para onde vou?

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osóriodomjaimep@terra.com.br

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