Parlamentares avaliam mínimo de R$ 407 reais para 2008
Repercute na Assembléia o anúncio do governo Lula em mandar para o Congresso a proposta de reajuste do salário mínimo de R$ 407 reais para 2008. Líderes de bancada e de partidos do parlamento opinam sobre este reajuste. Para o líder da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), deputado Raul Pont, a política do salário mínimo que vem sendo adotada pelo governo Lula é de crescimento real. “Isto não elimina a negociação com as centrais sindicais, para ulteriores avanços”, esclareceu Pont.
Pont fez referência ao piso regional aprovado no legislativo gaúcho, onde o governo do Estado propôs um índice de 3,3% e foi aprovado um reajuste de 6%, o que foi um avanço, mas que ficou aquém do aumento dado no piso nacional de 8,59%. Pont defendeu que o critério utilizado para reajuste do piso regional seja o de 30% acima do índice dado para o piso nacional do salário mínimo.
Para o deputado Cassiá Carpes (PTB), líder do partido na Assembléia, a proposta de R$ 407 reais para o salário mínimo em 2008, enviada pelo governo federal para ser apreciada no Congresso, sinaliza que o governo prefere dar um aumento pequeno ao mínimo e opta por investir no crescimento econômico do país no que tange a grandes investimentos.
“O governo quer investir no país para a geração de emprego, mas ao mesmo tempo o salário vai ficando para trás, vai tendo sempre uma defasagem, como é o caso dos aposentados”, opinou Cassiá.
Cassiá também disse que o governo federal espera colher em 2011 os frutos dos investimentos previstos pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), mas pode se deparar com o grande crescimento da informalidade. “Por um lado a iniciativa privada entende que um valor maior do salário mínimo inviabilizaria a abertura de postos de trabalho e, por outro lado, o país não gera mais emprego, o que acarretaria problemas futuros”, concluiu Cassiá.
O líder do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), deputado Raul Carrion ressaltou que na década de 90, conhecida como década perdida, o salário mínimo teve pesadas perdas e que os reajustes não cobriam sequer o índice da inflação. “No governo Lula o salário mínimo teve um aumento real de 40%, de 2003 a 2007, e a sistemática adotada para os próximos aumentos foi negociada com as centrais sindicais”, frisou Carrion. O líder comunista considera que com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), como vem ocorrendo, em 10 anos haverá um acréscimo de 50% de ganho real no salário mínimo.
Para Adilson Troca, líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) na Assembléia, o estabelecimento de um critério para reajustar o salário mínimo é positivo. “A inflação mais o crescimento do país, talvez mais um percentual acima, mas não podemos fugir deste critério”, reafirmou Troca. O líder tucano ressaltou que o salário é pouco para quem recebe, mas é muito para quem paga, como é o caso das pequenas empresas e das prefeituras de pequenos municípios brasileiros.