Pássaros predadores e considerados pragas invadem cidades gaúchas

Pássaros predadores e considerados pragas invadem cidades gaúchas

O Brasil enfrenta oficialmente uma invasão de estorninhos, um pássaro predador e considerado uma praga.

A certificação da presença desses animais ocorreu nesta quinta-feira, em nota publicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A ave considerada agressiva e voraz, já foi encontrada em ao menos cinco cidades gaúchas na fronteira com o Uruguai.

Por se tratar de um processo de invasão em estágio inicial, o Ibama afirmou que ainda está reunindo informações sobre a biologia e extensão da espécie Sturnus vulgaris a fim de adotar medidas para detecção, controle e transmissão de informações para as populações mais vulneráveis.

De acordo o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental (ONG com enfoque em manejo e gestão de invasões biológicas), até o momento, o estorninho foi registrado nas cidades gaúchas de Aceguá, Bagé, Chuí, Lavras do Sul e Santa Vitória do Palmar.

A ocorrência da espécie é principalmente em áreas abertas e campos úmidos.

A ave é considerada invasora e predadora de pequenos animais, como besouros, centopéias, borboleta e mariposa, larvas, gafanhotos e grilos.

Esses pássaros também se alimentam de frutas e costumam ficar próximos de granjas. Como vivem em bandos, quando se estabelecem em um local dificilmente é possível removê-los.

Os estorninhos também causam prejuízos em fazendas, pois consomem as rações dos animais, modificam o habitat e devastam plantações.

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Outro motivo de preocupação diz respeito à transmissão de doenças.

Os estorninhos estão associados à bactéria Escherichia coli, que provoca gastroenterite com diarréia intensa e com muco ou sangue de humanos.

A ave também transmite paratuberculose para bovinos e salmonela aviária com infecção em humanos, aves e gado.

lém de serem considerados uma praga, os estorninhos têm características curiosas, como a capacidade de imitarem sons complexos, inclusive a fala humana.

De acordo com a agência britânica de notícias BBC, a ave chegou até a América por culpa de um farmacêutico alemão chamado Eugene Schieffelin, em 1890.

Apaixonado por teatro e principalmente pelas obras do dramaturgo inglês William Shakespeare, o imigrante achou que seria uma boa ideia soltar 60 exemplares da ave em Nova York. Sem saber, o homem acabou modificando para sempre a ecologia dos Estados Unidos, que desde então conta com problemas envolvendo o pássaro.

Apesar disso, o farmacêutico não causou esse problema por ter más intenções. Eugene Schieffelin era membro da American Acclimatization Society, que tinha como objetivo apresentar plantas e pássaros da Europa para criar conforto e familiaridade para os imigrantes da América.

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