Pesquisa aponta falta de educação como maior problema do trânsito gaúcho
“O que dificulta o trânsito é a falta de educação.” A afirmação reflete a opinião de 52% dos gaúchos, segundo uma pesquisa promovida pelo Detran-RS. A Pesquisa de Análise do Trânsito 2010 ouviu 2.068 pessoas, entre especialistas, motoristas profissionais e cidadãos (condutores e não condutores) em 20 cidades do Estado. Foram utilizadas técnicas de entrevistas em profundidade, grupos focais e questionários aplicados em pontos de fluxo de cada uma das cidades para detectar a percepção da população gaúcha sobre o trânsito.
O levantamento também confirmou conclusões de pesquisa da UFRGS sobre a Lei Seca com os frequentadores de bares de Porto Alegre. Quando os gaúchos foram consultados sobre a nota que dariam para o conhecimento das leis de trânsito, em uma escala de zero a 10, a média ficou em 8,4 para si mesmo e 6,2 para os outros motoristas da sua cidade. Já em comportamento, curiosamente, em uma autoavaliação, o gaúcho avalia-se com nota média de 5,5, o mesmo que dá aos “maus motoristas” de sua cidade.
Um dado preocupante, delineado pela pesquisa, é que o uso do celular ao volante tornou-se uma infração socialmente aceita. Das poucas pessoas que admitem cometer imprudência, o uso do celular é admitido por um percentual alto da amostra (22,5%), comparado-se às outras infrações citadas, por exemplo, dirigir sem cinto (7,2%), permitir carona sem cinto (5,6%), passar em sinal vermelho (4,5%), etc. Na faixa dos 18 a 24 anos, o índice de uso de celular no trânsito sobe para 30,6%. Quando foi perguntado sobre as imprudências mais cometidas pelos outros motoristas, 73,4% citou o uso do celular como a mais frequente em sua cidade.
O nível de confiança da pesquisa, para o total de 2.068 pessoas pesquisadas, é de 95%, e a margem de erro fica em 2,2% para mais ou para menos. Para o Presidente do Detran-RS, Sérgio Filomena, o resultado foi revelador. “Sabendo como pensam nossos motoristas e pedestres, temos condições de desenvolver campanhas e ações mais efetivas. Por meio desse estudo, detectamos, por exemplo, que precisamos trabalhar para que cada um assuma a sua parte da responsabilidade pela paz no trânsito.”