Pesquisa indica recuperação da indústria
Segundo o economista da CNI Marcelo de Ávila, a recuperação gradual da indústria não deve levar ao crescimento do setor este ano. “Em 2012, haverá queda do PIB [Produto Interno Bruto] da indústria da transformação. É muito difícil essa variável mostrar crescimento ou estabilidade no ano de 2012”, disse. Apesar disso, o gerente executivo de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, acredita que, para o próximo ano, as perspectivas são boas, uma vez que as medidas de estímulo do governo começarão a surtir efeito.
De acordo com a CNI, as horas trabalhadas, que haviam crescido em apenas três setores entre setembro de 2011 e de 2012, passaram a ter expansão em 14 setores da indústria da transformação entre outubro de 2011 e de 2102. Em geral, as horas trabalhadas cresceram 0,5% em outubro, na segunda alta mensal seguida. Na comparação com outubro de 2011, houve crescimento de 1,9%.
Os dados também mostram que a indústria ainda mostra ociosidade na comparação com 2011. A utilização da capacidade instalada permanece abaixo do mesmo nível do ano anterior em 12 setores. A utilização da capacidade instalada dessazonalizada (ajustada para o período) ficou estável em 81% em relação a setembro. Em outubro de 2011, estava em 81,4%.
Em outubro, o empregou cresceu 0,2% na comparação com o mês anterior e ficou estável em relação ao mesmo mês do ano passado. Mas, para dez dos 19 setores pesquisados houve, queda no emprego. Os setores que tiveram maiores reduções foram material eletrônico e de comunicação (-12%), produtos de metal (-6,9%) e têxteis (-5,4%). Entre os setores que apresentaram crescimento estão outros equipamentos de transporte (5,1%) e vestuário (11,5%).
O faturamento real diminuiu 1% em outubro, ante setembro, de acordo com o indicador dessazonalizado, na segunda queda seguida. Na comparação com outubro de 2011, entretanto, houve alta de 6,2%.
De acordo com Ávila, na medida em que o faturamento do setor passar a ter meses seguidos de crescimento, o empresário também passará a aumentar as horas trabalhadas, o emprego e a utilização da capacidade instalada. Segundo ele, somente quanto há pressão na capacidade instalada é que o setor pensa em investir. “Não faz sentido investir se tem máquina parada na empresa. Tem que ter perspectiva de que a demanda vai continuar crescendo”, explicou.
Fonseca acrescentou que o objetivo de novos investimentos é atender à demanda futura e, portanto, isso depende das expectativas, do nível do estoque e do custo de investir mais.