Pesquisa revela que turistas já superam veranistas no litoral gaúcho
Uma das novidades está no tipo de visitante: 51% deles identificaram-se como turistas e 49% como veranistas, ou seja, pessoas que retornam periodicamente ao destino, revertendo uma percepção histórica de um litoral ocupado majoritariamente por pessoas que têm residência ou o hábito de alugar imóveis.
Isso demonstra que políticas de fomento ao turismo estão surtindo efeito. Nesse sentido, outro dado que chama atenção é a manutenção de um bom índice de estrangeiros: 12% (7% de uruguaios e 5% de argentinos), mesmo com um câmbio bastante desfavorável a esses dois países na comparação com a moeda brasileira. (7,92% dos visitantes vêm de outros Estados brasileiros.)
Para a secretária estadual do Turismo, Abgail Pereira, o estudo é o começo de uma estruturação mais efetiva da atividade turística no litoral, que servirá de base para planejamento destes destinos na busca de maior competividade. “Até as ressalvas dos turistas reforçam a solução de necessidades nas quais já vínhamos trabalhando junto a outras esferas municipais e estaduais. O próximo passo é trabalharmos no detalhamento junto aos municípios, o que começa já no mês de dezembro”, ressaltou.
A realização desta pesquisa dá sequência à política pública da Setur/RS de induzir o desenvolvimento da atividade turística no Estado a partir de demandas estabelecidas pelo próprio conjunto dos agentes do setor no Plano de Marketing do Turismo.
Em termos de metodologia, foram identificadas, em termos quantitativos e qualitativos, as principais características do perfil do visitante, assim como seus principais hábitos ou comportamentos de viagem. Também foi aferido como estes visitantes avaliam a infraestrutura de apoio ao turismo, os seus principais atrativos e a satisfação com os serviços e equipamentos turísticos. A coleta foi realizada por funcionários da Setur-RS nos Centros de Atenção ao Turista (CATs) dos municípios relacionados anteriormente.
Dados
A época de maior visitação apontada pelos pesquisados é o final de ano, com 54%. Os motivos de viagem são principalmente lazer e férias, com 87%. Os atrativos naturais e culturais (29%) e a indicação de amigos/parentes (24%) foram os fatores mais determinantes para a escolha do destino entre os entrevistados. A qualidade do acesso e distância do domicílio foram determinantes para 22% dos visitantes.
Quanto ao tempo de permanência, o intervalo de 4 a 7 dias atinge 31%, de 8 a 11 dias, 23%. Chama atenção, também, o alto percentual de visitantes que ficam mais de 15 dias no destino: 18%. Para 50%, os gastos com a visitação estão entre R$ 100,00 e R$ 800,00, para 25%, entre R$ 800,00 e R$ 1500,00 e, para 15%, o gasto fica entre R$ 1510,00 e R$ 2000,00.
Outra das revelações da pesquisa está relacionada à idade dos visitantes: 50% têm mais de 37 anos e chama atenção também a preponderância de homens: 56% contra 43% de mulheres (1% preferiu não se identificar). Sessenta e dois por cento dos entrevistados se declararam casados ou em união estável e namoro. Cerca de 68% habitualmente viajam com a família, 15% com amigos e 9% com o cônjuge ou companheiro.
Ao serem questionados sobre o grau de instrução, observou-se que Ensino Médio e Ensino Superior Completo respondem por mais de dois terços das pessoas, com 37% e 30%, respectivamente, outros 15% ainda estão em estudos universitários e 9% são pós-graduados. A renda mensal familiar aponta que 32% dos entrevistados percebe entre R$ 2.000,10 e R$ 3.800,00, e 26% entre R$ 3.800,10 e R$ 5.600,00.
“Trabalharemos pontualmente descobertas bastante sensíveis. Por exemplo: 53% dos turistas argentinos que vêm ao litoral gaúcho vivem em Córdoba, então faz mais sentido fazer ações lá, algo que já identificávamos anteriormente, do que em Buenos Aires, que seria a escolha óbvia. Também precisamos atentar para o fato de que 89% se locomovem em automóveis particulares. Por outro lado, 94% afirmaram que voltariam ao destino; 70% estão satisfeitos com a sinalização turística, água e saneamento; 73% aprovam a conservação dos atrativos, acessos e vias. Também esses números servirão de parâmetro para a avaliação de desempenhos futuros”, conclui Abgail Pereira.