Polêmica na fímbria do horizonte
“Querem tirar o último resquício de autoridade da escola: se você tem algum aluno que coloca os outros em risco, perde a liberdade de definir o afastamento” (OsvinoToillier – vice-presidente do Sinepe/RS)
“O mais importante é a preocupação do Conselho para que a escola invista no aluno, que consiga, como instituição educadora, modificar a postura dele.” (Cecília Maria Martins Ferreira – presidente do Conselho Estadual de Educação, diretora do Simpro/RS). Cecília defende que a escola não pode ser uma instituição punitiva, mas deve investir na solução dos problemas dos alunos para mantê-los na escola. (Zero Hora, 04/08/2014)
Esta filosofia é incongruente e não se coaduna com a posição por ela assumida em abril de 2.008: “A postura de colocar embaixo do tapete as situações violentas é um desserviço à educação, fato confirmado pelo recorrente relato de professores submetidos a situações de constrangimento”. (Artigo publicado no jornal Correio do Povo, em 11 de abril de 2.008, pag. 4 – Editoria de Opinião)
A discordância sobre o assunto dentro do órgão, principalmente a respeito da possibilidade de punir alunos tem adiado a votação das normas há mais de um ano.
No contexto atual, ainda sofrendo o rescaldo dos vandalismos praticados pelos black-blocs por ocasião das reivindicações de regulamentação do preço das passagens de ônibus e do fora-Copa, dificilmente a opinião pública aprovará mais este indicativo de impunidade. O espectro da anomia é vislumbrado ameaçadoramente na fímbria do horizonte.