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Por que os sinos dobram?

Peço licença para Ernest Hemingway e seus leitores para usar, novamente, o texto contido em uma de suas obras clássicas na qual, através do título,  ele pergunta: POR QUEM OS SINOS DOBRAM? Para logo a seguir, ele mesmo, dar a resposta que diz, mais ou menos o que segue: “ quando um pedaço de terra se descola do continente e cai no mar, todo o continente fica menor. E nós, seres humanos, não somos ilhas, somos continentes e quando um de nós morre, todo a espécie humana fica diminuída. Por isso nunca pergunte por quem os sinos dobram pois eles dobram por ti.” .. Os últimos acontecimentos tem me mostrado que no litoral norte, os sinos tem dobrado seguidamente.

No veraneio ou no inverno, centenas de ocupantes de veículos, condutores ou passageiros, tem suas vidas levadas a termo em decorrência do excesso de velocidade, consumo de álcool e imprudência que caracterizam uma boa parte dos motoristas de nosso estado. Não a mais recente, mas, com certeza, a mais trágica ocorrências de trânsito, foi protagonizada por uma senhorita, alcoolizada, sem carteira de motorista que, em decorrência da alta velocidade e das circunstâncias em que se encontrava, produziu a morte de duas pessoas na estrada do mar entre Capão da Canoa e Xangri-lá…

E agora nesta terça-feira,14.02,  os sinos dobraram novamente, de maneira pungente e triste, pela morte de um menino de cinco anos, vitima do ataque de um cão Rottwailer cruzado com Pitbul. Isto representa a supressão de uma vida, no seu nascedouro. Quantos sonhos da mãe, do pai, dos avós, dos tios e dos irmãos foram liquidados, rapidamente, pela presas de cão danado. Com certeza de todos nós que ficamos impotentes e destruídos com a morte desta criança.

No plano das possibilidades  as promessas que ele carregava consigo, foram também suprimidas, causando uma terrível perda de oportunidade  futura, para nossa pátria.Tudo isto quedou-se silenciosamente ante a mordida fatal de  um cão produzido a partir de duas raças violentas  cuja finalidade, única é produzir ferimentos de tal sorte letais, que resultam no óbito de suas vitimas. Como pai e avô não posso deixar de ser solidário com os pais, com os irmãos e com os avós desta criança. Poderia a título de amenizar a tragédia dizer que isto foi um acidente, mas a minha consciência complementa o meu  juízo e me obriga a dizer que foi uma tragédia que poderia se evitada se a família dona do cão, sabedora de seu potencial letal, tivesse tomado as providências acauteladoras necessária para evitar que a “ arma “ que tinha em casa se auto-adicionasse e  produzisse um crime como, lamentavelmente, aconteceu.

Acho que punir os proprietários do animal, tipificando o delito como homicídio culposo não vai adicionar uma grama a mais do peso do remorso que, com certeza, estão sentindo e que sentirão até ao ultimo dia de suas vidas. Mas isto,  é pensamento intuitivo de leigo em leis. Os doutores das leis têm os seus próprios juízos aplicados a todos os casos…

Para finalizar acho que  estas noticias não chegarão aos ouvidos e aos corações de suas excelências que fazem as leis deste pais. Se chegasse aos ouvidos e aos corações com certeza eles encontrariam um caminho para resolver o problema das mortes  produzidas por nosso transito  e por cães matadores. Finalizo dizendo que não farei a pergunta de Hemingway porque sei que os SINOS DOBRAM POR MIM E POR TODOS NÓS.

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