Presidente da Argentina quer trocar comando do Banco Central
Depois de seu vice-presidente, Julio Cobos, afirmar que vai disputar a Presidência da República, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, vive uma nova crise política. Insatisfeita com a insistência do comando do Banco Central de utilizar recursos da reserva nacional para o pagamento da dívida externa, Kirchner quer a renúncia do presidente do órgão, Martín Redrado. A pressão de Cristina Kirchner gerou um mal-estar hoje (6) na Argentina.
Martín Redrado, porém, não demonstra interesse em deixar o cargo. A auxiliares, ele teria afirmado que pretende concluir as negociações em curso para só depois sair das funções que desempenha. Ainda nesta quarta-feira é aguardada uma entrevista coletiva do presidente do Banco Central para esclarecer as informações.
Segundo Fernández, as decisões sobre política econômica são fixadas pela presidente da República, numa menção de que a palavra final deve ser de Kirchner. Segundo o assessor da Presidência, na conversa com Redrado a presidente pediu que ele “respeite as instituições”, do contrário haveria a impressão de um “Estado anárquico”.
A pressão pela troca de comando do Banco Central da Argentina ocorre na mesma semana em que outra crise foi aberta no país – com o anúncio de Cobos, vice de Kirchner, de que pretende ser candidato à Presidência da República. A iniciativa de Cobos gerou críticas e incômodos dentro do próprio governo.
Para se lançar candidato às eleições presidenciais, o vice-presidente tem de deixar o cargo. Não há ainda sinalizações sobre isso. Em março, Kirchner virá ao Brasil para um encontro com Lula. Nos dias que estará fora de Buenos Aires, quem responderá pela Presidência será Cobos.